Lisboa - Os censores de serviço do Semanário Angolense removeram na edição 390 da referida publicação, um texto de opinião de autoria da acadêmica Inocência da Mata por alegadamente esta fazer referencias negativas a Constancia Mangue de Obiang, esposa do presidente ditador da Guine Equatorial, Teodoro Nguema Obiang, amigo pessoal do Presidente José Eduardo dos Santos.
Fonte: Club-k.net
Especialista adverte que não devem ser os donos do jornal a determinar o que é ou não publicável
São desconhecidas as razões que deixaram os “censores” ofendidos com o texto de Inocência da Mata. Suspeita-se que a censura tenha sido uma chamada de atenção para que no futuro a acadêmica tenha consciência de que não deve alastrar as suas “referencias negativas” a outras esposas de amigos do ditador, Teodoro Nguema Obiang.
Entretanto, solicitado a comentar a censura, o acadêmico Will Bento Tonet, identifica violação de expressão da articulista Inocência da Mata.
De acordo com o especialista “Não devem ser os donos do jornal a determinar o que é ou não publicável, mais sim a equipa jornalística que trabalha no jornal. Outra compreensão importante, é que sendo um texto de opinião, desde que o mesmo não constitua ofensa, nem desrespeite as leis do país, ele deve ser publicado e engaja apenas a autora e não o jornal, porque o único texto de opinião que responsabiliza o jornal como um todo é o editorial.”
“Assim sendo, embora não considere violação da liberdade de imprensa, acho que este acto configura-se como uma clara violação da liberdade de expressão da autora e do direito de informação diversificada e contraditória do público leitor”, disse
“Tendo em consideração os últimos acontecimentos, acho que o Semanário Angolense, esta a viver não um processo de censura, mas de ditadura, o que é mais grave e o CNCS, UJA, SJ e MCS deveriam desempenhar o seu real papel.” Sugeriu Bento Tonet formando em comunicação social e mestrando em Direcção de Marketing na Empresa, pela Universidade Politécnica de Madrid à distância.