Anulação deste processo
Datada de 11 de Julho corrente e revelada pelo semanário francês “Le Point” de quinta-feira 17 de Julho, a correspondência confirma as teses que a defesa de Falcone sempre sustentou.
Ou seja, no essencial, não houve comércio ilícito de armas, pelo que o processo nem faz sentido.
«Da análise do caso no meu ministério, à luz dos vossos comentários, resulta que, na ausência de trânsito através do território francês, a legislação sobre as operações de venda de armas e munições (...) não se aplicava à actividade exercida pelo Sr. Pierre Falcone nas datas referidas pela instrução», escreveu taxativamente o ministro.
A carta respondeu à dos advogados de Falcone que exigiam ao ministério retirar a queixa que foi o ponto de partida judicial de tudo.
Segundo um despacho da agência “Reuter”, nenhum pedido formal foi enviado ao Tribunal Correccional de Paris e o governo não retirou formalmente a queixa até ao dia (sexta-feira 18).
Portanto, disse um alto magistrado parisiense a esta agência, o julgamento abrirá normalmente em Outubro.
Ao inverso da defesa, a acusação alega que o negócio de Falcone deveria ter sido autorizado pelo governo francês, porque os contratos foram assinados em Paris. Também, Falcone tinha uma parte das suas empresas em França e o banco francês “BNP” serviu como parceiro nas transacções, além de ter destruído várias provas comprometedoras.
Segundo os comentários dos vários jornais franceses, a carta do ministro é capaz de mudar tudo agora a favor de Falcone.
As análises atribuem a viragem às manobras político-diplomáticas do presidente Sarkozy, em virtude dos compromissos assumidos em Maio passado em Luanda, junto do seu anfitrião.
Anulação deste processo
As autoridades angolanas, salientam os analistas, têm exigido a anulação deste processo, ameaçando, inclusive, maior degradação das relações entre os dois Estados, prejudiciável ao enorme interesse do país europeu ao eldorado petrolífero angolano.
Um editorial do “Jornal de Angola”, diário único e pro-governamental, destacado pela emissora pública hoje, regozijou-se pelo passo do governante francês.
Reeditou as críticas contra a «imprensa ocidental» de que espera uma repetência e o pedido de desculpa aos alvos da suas calúnias, que foram o presidente angolano e próximos colaboradores.
Fonte: Apostolado