Fernando da Piedade fez estas considerações na abertura da Primeira Conferência sobre o Bio-Combustível, promovida pelo Ministério da Administração Pública, Emprego e Segurança Social (MAPESS), visando a busca de contribuições estratégicas e práticas para os aspectos inerentes a essa problemática.

Lembrou que a economia angolana, durante muitos anos, mesmo nos períodos mais críticos, teve no petróleo a sua base de sustentação onde os rendimentos gerados foram e continuam a ser de grande relevância para a estabilidade e reconstrução nacional.

“Assim, é perspectiva do Estado angolano alargar cada vez mais as fontes de recursos para outros sectores, sendo um deles virado para o desenvolvimento de um sistema estável de produção que assegure um abastecimento permanente ao mercado interno", referiu.

Segundo o primeiro-ministro, o sistema estável de produção visa o asseguramento do acesso de toda a população a uma alimentação adequada, a partir do aproveitamento de oportunidades de geração de receitas e o estabelecimento de redes apropriadas de segurança alimentar.

“Angola foi um país auto-suficiente na produção de generalidades das culturas alimentares fundamentais”, lembrou Fernando da Piedade, acrescentando que as exportações agrícolas do país, no passado, representavam cerca de 60%, compostas essencialmente pelo café, com 48%.

O primeiro-ministro enfatizou que os abundantes recursos hídricos e o potencial agrícola e piscatório estão ainda sub-explorados, porquanto a agricultura, a silvicultura, a pecuária e as pescas contribuem apenas com cerca de 8% do Produto Interno Bruto (BIP).

Na sua intervenção, Fernando da Piedade notou que a enorme destruição das infra-estruturas sociais e produtivas causada pela guerra provocou forte competição nos limitados recursos para os investimentos.

Por outro lado, recordou que tendo em conta o potencial para o aproveitamento da cana-de-açúcar, não só para fins alimentares como também de produção de combustíveis e electricidade, o Presidente da República, José Eduardo dos Santos, criou uma comissão multi-sectorial que trabalhou na legislação sobre a matéria.

O governante acrescentou que o diploma, aprovado recentemente em Conselho de Ministros, estabelece e regulamenta as concessões agro-industriais da cana-de-açúcar em Angola e a política para os investimentos industriais de açúcar e etanol como parte da política energética do país baseado no aproveitamento da matéria-prima nacional.

Participam na conferência, que decorre na Escola Nacional de Administração, cujo término está previsto para hoje, membros do Governo, altos funcionários da administração pública, empresários e representantes da sociedade civil.

Fonte: Angop