Luanda - As ruínas ainda visíveis na Sede do Município da Kibala. Os esforços de alguns nativos da  Kibala, em levar ao público as ocorrências que se registam naquele Município nos vários domínios da vida social, económica e cultural, terá motivado a Administradora Municipal a se pronunciar sobre o actual quadro da Kibala, de forma irreflectida no dia 12 de Novembro do ano em curso, na entrevista concedida ao Jornal de Angola (Pág.4), tendo exposto uma pauta de contradições que nos leva a pensar que  a representante do Estado desconhece a realidade do Consulado que dirige.


Fonte: Club-k.net


É comumente sábido que toda informação jornalistica deve primar pela verdade, o contrário significa propaganda desleal o que fere o exercício da cidadania que constitui o ponto de partida de um Estado democrático e de direito.


Lamentamos o facto de que a Srª administradora na sua improvisada entrevista ter desvirtuado a realidade que se vive no Município da Kibala, onde as populações vivem séries de problemas de sobrevivência humana.


Quando a Srª Administradora se refere ao “Progresso” deste município, tendo destacado:
1- O fornecimento de Enérgia électrica (que raramente vai para além das 23Hrs!)
2- A água potável (que não corre nas torneiras dos pacatos munícipes!)
3- A reabilitação da Mini Barragem Hidrica do Kariango (tido apenas como simples ideia!)
4- Da quase erradicada malária!
5- Da ampliação do Palacio Municipal para + um (1) piso !
6- Das obras de restauração da Casa Protocolar do Município;

 

Não constituem indicadores sociais para afirmar categoricamente que a “Kibala está sobre signos de Progresso”.


Será que a ampliação do Palácio e das micro infra-estruturas concorrem para a diminuição da taxa do desemprego e do nível de vida dos municípes?


As 6 Fazendas-Agricolas que funcionam na Kibala permitem assegurar que o sector Agro-Pecuário está em franco crescimento se,  se tomar em considerção  que existem nesta unidade geografica do Kwanza-Sul, 383 Fazendas-Agricolas?


Talvés  a Srª  Administradora esteja se referindo à uma outra Quibala, aquela situada na histórica província do  Zaire. Porque a Kibala da província do Kwanza-Sul, não corresponde a descrição de “avanços”  que a senhora Administradora procurou  fazer passar na sua entrevista. 


Não se deve “tapar o sol com a peneira” pois que, o Hospital Municipal (aliás Posto Médico), não oferece as mínimas condições de um hospital municipal do tamanho da Kibala, visto que no mesmo estabelecimento nem sequer um Raio X é possível  ser feito, para não falar em análises  clínicas.


Como se pode falar em “Progresso” quando não há diálogo entre a Administração  Municipal e a Sociedade Civil, uma vez que este é o parceiro natural de um estado civilizado como Angola?


O orgulho de uma comunidade se reflecte na forma  como é governada.
Governar significa servir as populações e não se servir das mesmas; certos de que “O mais importante é resolver os problemas do povo” - como afirmara o carismático poeta António Agostinho Neto; o que não tem vindo a acontecer na gestão do Municpio da Kibala.


 Temos vindo a constatar que os Administradores municipais que se sucederam primaram pelo espirito de “Laisser-Aller”. E, por irónia da história, a actual Administradora demonstra ser  apologista do Status-quo na Kibala.


O modelo de gestão deste município, adoptado pela Srª Administradora está carregada duma visão pessoalizada e tem vindo a travar o crescimento ecónomico e social da Kibala.

 

Os filhos atentos ao desenvolvimento do município em referência,  não devem silenciar as suas vozes perante factos que perigam o futuro das gerações vindouras.

 

Em nome da verdade, exprimimos a nossa insatisfação pelos pronunciamentos da Srª Administradora, sobre o estado actual da Kibala, embora nutrimos muito respeito à dignissíma representante do Estado nesta parcela do Kwanza-Sul.


Como dissemos acima “o Sol não se tapa com peneira”.


É uma verdade insofismável a que a Srª administradora não acredita, pois,  se acreditasse não viria a tona  com afirmações fantasmagóricas e dizer o que disse ao Jornal de Angola, a  partir do Sumbe. Forjada ou não, a referida entrevista é de triste memória, um alibi da 1ª classe e sem anal na história dos anteriores Administradores.

 

Nós simplesmente entendemos que, é chegado o tempo de inverter o quadro de inércia crónica que assola o município.

 

A estratégia “reinativa” adoptada pelo executivo local (enquanto o tempo nos vai queimando) é uma espinha (de cachucho) na garganta.

 

Reinar  “quiça”,  não requer ética, mas governar requer taxativamente!
 Aliás, a referida entrevista, por si só, é indício inequívoco  de como a arte de  “reinar” neste município anda as avessas com a arte de “governar”.

 

Do exposto, se depreende que há necessidade de se reformular a estratégia da gestão do município, de circulação de informação correcta, da  necessidade de se aprofundar o diálogo com a sociedade civil e de se criar mecânismos expeditos, capazes  de atraír investidores nesta região, o que facilitará a abertura de novos postos de trabalho.

 

Ao cumprir com este desiderato, poderá se evitar levar Kibala à fronteita do absurdo e contribuir para o desenvolvimento socio-ecónomico e cultural do município e província em particular e, do país em geral.


* Avelino  António Kalunda 
* Carlos Zamba