Luanda - CARTA  ABERTA AO DR. CARLOS FEIJÓ, MINISTRO DE ESTADO E CHEFE DA CASA CIVIL DA PRESIDENCIA DA REPUBLICA DE ANGOLA


Fonte: Club-k.net


Prezado e admirado Dr. Carlos Feijó, Ministro de Estado e Chefe da  Casa Civil.


Somos trabalhadores da RNA e Militantes do MPLA, e, tomamos a ousadia de o escrever  esta carta aberta como forma mais significativa de lhe fazer chegar o nosso desalento e preocupação para os problemas que vamos vivendo no dia a dia laboral de uma das mais empresas do Pais: A Radiodifusão Nacional de Angola.


Vivemos um período transitório de expectativas aguardando com muita ansiedade a constituição do Conselho de Administração para a nossa RNA, que tanto contributo deu para a conquista de Paz desta Nação: Angola ( apesar da guerra interna despoletada com a nomeação de uma nova Ministra). Afinal surgiu o que já vem sendo um adágio popular: “ A montanha pariu um rato”.  É de facto isso, fomos brindados com um Conselho de Administração que não dá garantias nem esperança para a estabilidade, desenvolvimento e progresso da Empresa e dos trabalhadores. Uma Empresa que se tem como Estratégica não só pelo Órgãos de Soberania da Nação como pelo Partido no Poder, o MPLA. Começa por ter um Presidente, Pedro Cabral (antes um simples secretario da grupo desportivo, para alem de locutor de continuidade), que de repente, como que caindo de pára-quedas, assume uma função de extremo relevo, o que resulta em falta de competências transformada em ameaças e falta de respeito aos subordinados principalmente em reuniões com falta de civismo a mistura. A sua ignorância aos assuntos de gestão é preenchida com arrogância.


A par da atitude do PCA, desmascaramos também comportamento indigno dos demais membros  do Conselho de Administração para com os responsáveis da empresa; Exonerações e afastamentos de responsáveis e quadros sem motivo aparente. Exemplo: Director da Rádio Benguela  - Carlos Gregório( foi o mentor dos principais programas de apoio as FAA em período de guerra por via dos brigadeiros Cowboy e JOTA) ; Director da Rádio Huambo - Gilberto Júnior Principal realizador dos maiores programas culturais da RNA);  a forma coerciva como tiraram a Directora dos Recursos Humanos do seu gabinete; a pressão que está a ser exercida sobre o Director de Gabinete de apoio às Rádios Provinciais para auto-exonerar-se; a forma prepotente e inqualificável como pretendem despedir trabalhadores; a maneira grosseira e arrogante como muitos desses administradores (incluindo o próprio PCA, Pedro Cabral) trata os responsáveis da empresa e restantes funcionários demonstra bem o tipo de gente que é e o que pretendem. Repare-se também na constituição dos pelouros, como por exemplo Administração e Património e por outra Finanças e Recursos Humanos. E para acentuar e justificar tais comportamentos evoca-se o nome da Ministra Carolina Cerqueira de quem vem as orientações como escudo.


Prezado Dr. Carlos Feijó,


A indicação deste Conselho de Administração,  foi uma autêntica humilhação, desrespeito e desconsideração aos funcionários e responsáveis que durante longos anos serviram com zelo e dedicação essa Empresa e Consequentemente o Pais. Na qualidade quadros seniores da RNA estamos a alertar ao Governo e ao Partido MPLA para o perigo que se corre com a nomeação desse Conselho de Administração. Pensamos mesmo que o nosso Cda Presidente foi induzido em erro quando lhe propuseram estes indivíduos. Muitos deles não conhecem os sacrifícios consentidos nos mais variados momentos e desafios que a Empresa viveu. Os verdadeiros filhos da casa, aqueles que sempre se identificaram com a causa nobre da Pátria estão na disposição de continuar a colaborar caso a situação seja revertida. Caso contrário será um descalabro e não responderão sobre o que vier a acontecer.


De realçar que as áreas mais sensíveis da empresa como a produção radiofónica à mistura estão sob guarda da senhora Bela Malaquias da UNITA pessoa essa que não dá garantias de nada, pois nunca trabalhou no verdadeiro sentido da palavra nem conhece nada da RNA e pior que isso não oferece confiança ao trabalho nenhum aos colegas. Pois o trabalho tem sido muitas vezes sigiloso Veja o perigo que se corre? Bem recentemente, em tom de ameaça, anunciou aos trabalhadores das áreas sob seu pelouro que 80% dos trabalhadores seriam despedidos e outros tantos precisariam de uma gramática e dicionário para falar nos canais da RNA.


Os quadros da RNA e militantes do MPLA têm perfeita consciência do programa do Governo para a Comunicação Social mas não é com pessoas como essas que se vai levar avante os seus intentos.


Em suma: estamos diante de muita incompetência. Preste a devida atenção ao comportamento da Ministra Carolina Cerqueira: Muito pronunciamento publico e sempre que o faz não perde  uma oportunidade de atacar o seu antecessor que também é militante do MPLA. Não estará a disparar no próprio  Pé do Partido? Bem recentemente manifestou o seu desconhecimento total ao falar que em Benguela encontrou problemas de gestão financeira, patrimonial e de recursos humanos. Como é possível , se na província não se faz gestão, os órgãos decisores estão em Luanda? Mais grave ainda: Numa recente entrevista disse que não lia o CLUB K, pois foi o próprio CLUB K, que num artigo assinado por Nelo de Carvalho, denunciou contactos da própria Carolina Cerqueira com aquele Jornal ONLINE para uma campanha de branqueamento da sua imagem. Pois bem , se fez campanha para esse efeito, só assim se justifica um período de forte campanha contra o seu antecessor, Manuel Rabelais.


Por aí, Sr. Dr. Ministro de Estado Carlos Feijó, veja com que grupo a Comunicação social está envolvida,  faça uma interpretação extensiva dos casos em apreço , retire as devidas ilações e procure ter uma atitude informando o Chefe de Estado, o SG do MPLA e agir quanto antes.


Luanda, 10 de Dezembro  de 2010

OS TRABALHADORES DA RNA E MILITANTES DO MPLA