Luanda - Parece ser uma daquelas frases que embora ditas, passa como a água do Kuanza, Kuilo e do rio Buengas, estes dois últimos localizados na província do Uíge, por sinal a minha terra natal. Mas, é mesmo parecer porque esta, a frase, veio e certamente ficou.


Fonte: Club-k.net


-Conversa do corredor. Terá dito um jovem, professor universitário, a prestar serviço na mais prestigiada Universidade do País; No caso Angola. E claro, não precisa citar os nomes quer da Universidade quer do Doutor da nova vaga. Pois que assim, estaremos longe das tendências publicitárias que com ou sem compostura giram entre nós!

 

Depois de uma oral, (entenda-se por exame oral) de “fora de época” com o tal Dr. Lá restavam apenas o roncar dos motores oriundos do oriente e ao ascender dos faróis na “rua das obras”. Pelo menos assim ficou apelidada!
     


  – É que nela há sempre obras quer faça sol que faça chuva… eternidade!
A boleia demora em demasia. O jovem chumbou e andou a procura de uma chance. Lá o Dr. Diz.


– Não sei o que fazer por ti. A verdade é que nem o saldo orçamental, o crédito interno ou externo, ou mesmo a autoridade monetária o senhor sabe definir exactamente…

 

Ao ouvir isto, cansei-me de esperar por uma boleia cujo dono ainda vivia momentos de aflição, atendendo à precedência da referida cadeira.

 


Então, nada mais me restava senão partir, e parti. Ao meu lado está e consigo divisa-lo como se fosse hoje e agora, um electricista de profissão. E é a ele que o convite da boleia recaiu.

 

Mas o homem recusou-se da mesma dizendo apenas como é da praxe, obrigado. Mas podes levar o colega? – Claro que sim. Respondeu o homem da Carina.


Lá fomos, e o que era conversa do corredor transformou-se numa conversa da via. Mas mais adiante alguém lembrou-se da minha “chipala” (face).

 

 – Tu és o Vasco da Gama? Sim, meu caro colega e condutor prudente ou imprudente!
Minutos depois disse que gostava do CLUB-K aliás, é lá onde viu e vê alguns dos meus artigos, mas sentia-se triste porque as matérias comentadas são exactamente os comentários dos internautas e não aos temas aí expostos. – Comentário comentado!

 

Então, lembrei que internautas há que não se importam se quer em ler a matéria como tal, alegadamente por falta de tempo, mas tempo para comentar têm! É assim que o país vai andando. Um país que penso que comparativamente com outros de expressão portuguesa não lê…


É esta a cultura daqueles que o país confia, pelo simples facto destes serem da classe média e alta já que a internet entre nós ainda não é para todos. Mas voltemos à conversa da via.


O exercício da leitura deste ou daquele livro ou mesmo do jornal, é salutar independentemente da linha editorial. Porém, quem se presa pela análise e comentário, tem que estar por dentro da matéria, do conteúdo evitando acima de tudo comentários vagos superficiais que infelizmente ainda assustam aos visitantes do nosso sitio.

 

Lembro que o comentário é um ponto de vista de alguém sobre uma determinada matéria. Um entendimento, uma percepção como tal. Pelo que é incoerente e desonesto intelectualmente, opinar com firmeza e sem banalidades; então, tenho dito, e gostaria que a legitima insatisfação do meu colega, que para já se declarou nunca ter comentado uma matéria em função da forma banal que muitos o fazem seja vista com muita humildade e maturidade.

 

Espero que esta reclamação seja tida em atenção e que como creio, na próxima viagem seja confrontado com comentários sobre o texto e não sobre o comentário exclusivamente deste ou daquele como é habitual neste sítio (Site). É preciso coragem, não é?


 Vasco da Gama