Benguela - Ultimamente acompanho aborrecido a arrogância na Assembleia nacional, aprovações de leis por critério “maioritario”desvalorizando as contribuições de outros e no executivo a vontade unopessoal sobrebpoe-se aos demais.Quando os resultados são  positivos “exalta-se a figura até  exaltação” e quando for ao contrário, os culpados são os “crentes” …  A minha fraca memória, levou-me a indagações doidas.


Fonte: Club-k.net

 

A famosa agenda nacional do consenso,lembram-se? Que o principal objectivo era unificação no modelo de governação. No domínio da político-constitucional, económico, sócio-cultural, regional e internacional…

 


 “Identificar e promover esses objectivos nacionais, definir os princípios e os valores e as instituições que nos podem conduzir à sua realização plena e conhecer os interesses vitais a proteger dentro e fora do Território Nacional é uma necessidade que se impõe.” Acredito que a classe política do nosso país terá em conta essas conclusões e recomendações quando proclamar as suas ideias, princípios e objectivos partidários.” Estas foram as palavras do camarada presidente JES na abertura do seminário nacional da agenda de consenso. Eram balizas para quem viesse a governar. Outros defensores argumentavam” Angola saiu recentemente da guerra e era preciso ter uma governação que resolvesse os problemas comuns, uma ala da sociedade acompanhou o barco no Lobito em Benguela, realizou-se aos 17 de Novembro de 2006, seminário Provincial sobre a proposta do MPLA para uma Agenda Nacional de Consenso. Além dos seus homens, participaram do evento representantes de Partidos Políticos, responsáveis e quadros do Governo, entidades religiosas, autoridades tradicionais, empresários, académicos, jornalista, artistas e criadores, bem como outras entidades representativas da sociedade civil e das comunidades. E assim foi em todo país, debates acessos e conclusões tiradas para o enriquecimento da suposta proposta.

 

As vozes discordantes diziam alto e bom som que era uma pouca vergonha para Angola um partido a impor aos outros lições de governação. Para eles o multipartidarismo implica(va) visões diferentes da mesma realidade . Um líder de um partido da oposição acresceu que Angola já tinha a sua agenda nacional de consenso que era a lei constitucional de 16 de Setembro de 1992.
 


Depois das legislativas ganhas pelo Mpla, pensei que agenda nacional de consenso seria a “arma do executivo”.Como sempre me enganei…! Mais uma vez verdadeiramente ludibriados “não se toca mais no assunto”. Impera a vontade do chefe ou a política das comissões, a máquina que gritava o “consenso”agora não ouve contribuições. Eles são surdos? Numa sessão parlamentar um ilustre deputado proferiu palavras feias como” se vocês não quiserem a maioria aprovará.”

 

As ideias debatidas quer na agenda nacional e nas propostas de constituição e outras nunca foram (são) acolhidas. “A mania de simular que se ouve outras sensibilidades.” Os poderosos têm o país nas suas mãos, as leis e o modelo anárquico de governar não ouvindo os destinatários das suas acções. Por isso uma simples manifestação pública pacifica sem os seus apadrinhamentos nem que defenda os seus desejos, traz arrepio as suas peles. Monta-se o aparato anti-manifestações, e diz-se que não se cumpriu ou que era para aconselhamento. É teatro.

 

Não se roga o consenso em tudo entretanto determinados projectos e acções acautelariam as suas fragilidades se ouvissem opiniões dos outros. “Não diminuiria a inteligência de ninguém. “


Sinto que o povo tem muita sede de expor as suas ideias, ideias valiosas que se fossem levados em considerações muitos problemas seriam evitados. Os programas radiofónicos de opiniões em directo são grandes exemplos, muitas vezes fico surpreendido pela positiva os argumentos dos ouvintes. Há muita sede de falar.


 
Domingos Chipilica Eduardo em Benguela