Brasil - O ex-ministro do Interior da Líbia, general Abdul Fatah Yunis, afirmou nesta quarta-feira que um assistente de Muammar Kadafi disparou contra o líder líbio recentemente, mas feriu por engano outra pessoa.

Fonte: Noticias.terra.com.br

Mas arma falhou

A revelação foi feita por Yunis em declarações à rede emirati de televisão Al Arabiya, um dia após anunciar sua renúncia do cargo e fazer um chamado aos líbios para somar-se à revolta popular que explodiu em 17 de fevereiro.


Yunis revelou à emissora que o assistente de Kadafi, que não foi identificado, disparou contra o líder líbio em uma recente concentração política. Al Arabiya não detalhou quando e onde ocorreu o fato, embora tenha assinalado que o ajudante errou ao fazer os disparos.


O ex-ministro também revelou que Kadafi provavelmente não deixará o país, embora exista a possibilidade de que cometa suicídio. "O regime de Kadafi acabou", acrescentou nas declarações por telefone reproduzidas pela TV.


Ele pediu a seus homens que não usem suas armas contra a população líbia e disse que não era responsável pela sangrenta repressão aos protestos políticas que já causaram centenas de mortos.


Além disso, afirmou, sem dar detalhes, que as tribos líbias estão apoiando a revolta popular. Yunis era um dos mais estreitos colaboradores de Kadafi e fazia parte do movimento dos então coronéis que, junto a ele, realizaram o golpe de Estado para chegar ao poder em 1969.

 

Governo líbio diz que ministro que se demitiu foi raptado


Algumas horas depois de Abdul Fattah Younis ter anunciado a sua demissão do cargo de ministro do Interior da Líbia e o apoio aos protestos, o governo de Trípoli disse que o anterior governante foi raptado.


De acordo com a CNN, a notícia que passou na televisão estatal líbia, sem se referir a qualquer demissão, deu conta que Younis foi sequestrado por «gangs» de Bengahzi e que as forças governamentais asseguraram que os responsáveis seriam «perseguidos até aos seus esconderijos».


A demissão do ministro do Interior, que esteve durante 42 anos ao lado de Muammar Khadafi, foi avançada esta terça-feira pela Al Jazeera.


«O bombardeamento da população civil foi o que me fez unir à revolução. Nunca imaginei que chegaríamos a disparar contra a nossa gente», disse, lendo um comunicado, aparentemente no seu gabinete, em imagens transmitidas pela cadeia noticiosa sedeada no Qatar.


Posteriormente, em entrevista à cadeia televisiva Al Arabiya, Younis disse foi vítima nos últimos dias de uma tentativa de homicídio, que feriu gravemente um familiar seu. «Khadafi, esse homem sujo, queria poder dizer que os manifestantes me mataram para que a minha tribo, os Obeidat, ficasse do seu lado».


O ex-ministro disse ainda à Al Arabiya que só a morte afastará o líder líbio do cargo. «Ele está nervoso e é teimoso. Pode cometer suicídio. Khadafi não irá embora. Ele pode cometer suicídio ou ser morto. Não lhe desejaria esse fim».