Luanda - Uma funcionária do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME) foi detida hoje (quarta-feira), em Luanda, em flagrante delito, quando procedia a entrega de um cartão de residência pertencente a um cidadão brasileiro, a quem cobrou três mil dólares americanos pelo serviço prestado.
Fonte: Angop
O facto foi confirmado em conferência de imprensa, pelo director nacional do SME, Freitas Neto, frisando que a funcionária foi detida pelos serviços de fiscalização do órgão numa das pastelarias da baixa de Luanda, no momento em que recebia os valores monetários das mãos do cidadão brasileiro a quem alegadamente facilitou a emissão do cartão de residência temporária.
A suposta autora do crime, de 23 anos, e funcionária do SME há apenas um ano, afecta a área de departamento de estrangeiros, na repartição de autorização de residências, foi-lhe já movida um processo disciplinar e entregue à Procuradoria Geral da República junto deste órgão para o devido tratamento judicial.
Freitas Neto, responsável do SME, manifestou a necessidade do aumento de mecanismos de controlo dentro deste órgão afecto ao Ministério do Interior e o saneamento dos servidores corruptos ou mancomunados com más práticas.
"Precisamos de extirpar do nosso meio este estigma "maldito", que é a corrupção, consubstanciada na troca de um acto por outra coisa", asseverou.
Acrescentou que tal exercício será permanente. "Vamos continuar a falar para os nossos funcionários de que o crime não compensa e estamos atentos porque precisamos moralizar a instituição e resgatar a sua boa imagem que granjeou em anos anteriores", frisou.
A Angop apurou que seis outras funcionárias da repartição de autorização de residência do SME também foram identificadas com práticas ilícitas do género, em conluio com algumas colegas do balcão que arquitectam todo o processo para extorquir cidadãos estrangeiros ávidos de receber os respectivos actos migratórios.
As fontes indicam que de Dezembro de 2010 a Fevereiro deste ano foram registados 10 casos de funcionários do SME envolvidos em práticas de corrupção, também confirmados pelo director do órgão, Freitas Neto.
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