Luanda - Bornito de Sousa, um dos mais moderados  dirigentes do MPLA,  reconhecido pelo  não uso  de discursos radicais de elementos da linha de Rui Falcão e Fontes Pereira, respondeu aos internautas na sua pagina do facebook, a cerca da sua posição quanto as alegadas manifestações  populares em Angola, a pretesto de  derrubar o presidente José Eduardo dos Santos.  Na sua posição que o Club-K reproduz,  o  ex-líder da bancada parlamentar do MPLA  faz um paralelismo entre o mundo Árabe e Angola em que desaconselha os angolanos a não imitarem o que esta acontecer no norte de África.


Fonte: Club-k.net/Bornito de Sousa

Pior cego é quem quer estragar tudo

Uma feicebukiana solicitou minha opinião sobre a pretensão de uma anônima manifestação em Angola à semelhança das que  ocorrem ou tiveram lugar no norte de África. Respeitando embora as opiniões diferentes, MINHA OPINIÃO  é a seguinte:


As manifestações do norte de África são a solução para Angola? São o melhor caminho para Angola e os angolanos? Para melhorar as suas condições de vida ou aprofundar a democracia? São comparáveis as situações desses países com as de Angola? Poderiam em vários desses países do norte de África publicar-se jornais ou debates de imprensa críticos (e por vezes até ofensivos) contra instituições e personalidades do Estado, como acontece em Angola?



Mas, sobretudo, os angolanos ganhariam se, como vemos nas imagens sobre esses países e por indução de alguém por cá, os estrangeiros que vivem e trabalham em Angola tivessem que ser evacuados de urgência para o estrangeiro? E os angolanos ficavam novamente divididos? E as empresas e a economia paralisavam? E não havia recursos para pagar salários aos professores, enfermeiros, etc? E em vez de decisão popular através do voto periódico, fossem mais x anos de "comissões conjuntas" e de intermináveis negociações ou de violência?

Ora, EM ANGOLA:


1. Depois de longos anos de guerra, os angolanos fizeram a paz, realizaram eleições e estão a preparar as próximas, devendo Angola entrar para o ciclo de eleições regulares.



2. Aprovou-se a Constituição e procede-se a conformação constitucional das instituições, nomeadamente o Parlamento, o Executivo e o Poder judicial.



3. Alcançou-se a estabilidade macroeconômica e iniciou-se o processo de desenvolvimento e modernização de Angola, tendo como centro o homem angolano, o melhorar progressivo dos índices de desenvolvimento humano e a qualidade de vida das populações.


É verdade que ainda muito ha por fazer, existem ainda bolsas de pobreza, o emprego esta a expandir, mas ainda deixa vários jovens de fora, os esforços no sentido da transparência e da boa governação vão aumentando, tal como a atenção aos direitos humanos e de cidadania, etc. Mas aplicar em Angola, sem mais nem ontem, o que se passa nos países do norte de África (salvaguardado o devido respeito aos jovens que ai batalham pelos seus direitos), não parece avisado.


Assim, uma manifestação com aqueles mesmos propósitos e conseqüências seria em Angola uma MÁ-nifestação. 


Faz sentido é uma MANIFESTAÇÃO dos angolanos de todas as políticas, religiões, municípios, cores e feitios, a favor da PAZ, da HARMONIA NACIONAL, da consolidação da DEMOCRACIA e da BOA-GOVERNACAO, da continuação da criação de EMPREGOS e de crescentes oportunidades de acesso ao ESTUDO, da melhoria da QUALIDADE DE VIDA DAS POPULACOES e do DESENVOLVIMENTO E MODERNIZACAO DE ANGOLA!


PIOR CEGO É QUEM NAO QUER VER ou quem vê, mas quer estragar tudo o que está a ser feito!


ANGOLA e os angolanos, bem ou mal, têm estado a avançar. Não é por acaso que cidadãos e empresas de varias latitudes se instalam, procuram e lutam por entrar em ANGOLA (às vezes até por vias ilegais)!