Benguela - Angola começa a acertar os passos para uma nova viagem eleitoral, inicialmente prevista para o ano 2012. Por cá, pela província de Benguela, desenham-se antecipadamente manobras, com a intenção de manter-se no poder o MPLA, partido que governa Angola à 35 anos.


*I.S
Fonte: Club-k.net


Como resultado de engenhosas manobras, a exemplo das eleições de Setembro de 1992, ao que se seguiram as eleições de 2008, todas precedidas de violação aos acordos de Alvor, onde entre os 3 partidos de libertação MPLA, FNLA, e UNITA, haviam acordado a realização de eleições antes da Independência para o dia 11 de Novembro.


De lembrar que de 1974 á 1975 o MPLA desenvolveu uma intensa actividade, com o apoio do Partido comunista Português, para que o Dr. Agostinho Neto, tomasse a dianteira do leme, expulsando os outros 2 partidos de Luanda.


Assiste-se já, nos Município, da Província de Benguela, com maior ênfase no Município do Balombo, pelo Comité Municipal do Partido MPLA, com o apoio da Administração, a uma campanha de recolha de cartões de eleitores, que são fotocopiados, ao mesmo tempo que o cidadão eleitor é-lhe exigido duas fotografias tipo passe. As cópias dos cartões de eleitor, são enviadas à Benguela com as respectivas fotografias e são produzidos novos cartões com objectivo de permitir ao cidadão eleitor votar duas vezes à semelhança da ex-administradora do Baía, actualmente deputada pelo círculo do Huambo que votou cinco vezes em assembleias diferentes.

 

Prova disso, por ocasião das festividades das comemorações do dia da fundação do MPLA e do 11 de Novembro, comemorada unilateralmente, pelo partido no poder, não obstante a data de Independência ter sido acordado pelos 3 movimentos de libertação nacional em alvor de 1975, o Governador da Província, Armando da Cruz Neto, nas vestes de 1º Secretario do MPLA declarou em haste pública, no dia 25 de Outubro de 2010, no Pavilhão Acácias Rubras, que o seu partido até Dezembro de 2010 atingiria 1.000,000 de militantes.

 

Os estudos demográficos africanos dão mostras que os países em vias de desenvolvimento, para não falar de países subdesenvolvidos, com particular realce para a África, de que Angola é parte, a sua população é maioritariamente infanto-juvenil. Logo, esta é a faixa etária que não tem poder de voto.

 

Ora bem, a província de Benguela tem uma população estimada em 1.928,140 habitantes. O país até às últimas eleições contou com 32 partidos políticos, incluindo os 3 partidos políticos históricos, a FNLA, MPLA e UNITA, muito embora a democracia angolana, no pleito eleitoral de 2008, tivesse eliminado alguns, pela ânsia de conservação vitalícia do poder, cujo facto a historia não regista nenhum caso. Nem na idade média contemporânea ou moderna.

 

Os partidos políticos que surgiram com o advento da democracia, embora eliminados alguns, têm um número considerável de militantes, à exemplo do PRS, do Bloco Democrático (ex-FPD), PLD, PRD, PDPANA, PADPA, cujos militantes, continuam firmes, acreditando nos seus ideais.

 

Façamos uma análise matemática superficial face à ausência de dados mais concisos, porque os organismos de direito não se propuseram colocar à nossa disposição. Benguela com uma população estimada em 1.928,140 habitantes.


Potenciais eleitores (incluindo os falecidos e incapacitados 806.164).

 
População infanto-juvenil e outro 1,122.076.

 

A direcção Provincial da Saúde estima a população em 3.863,885 habitantes. São dados que contrastam com os oficiais, à semelhança da monografia da Província de Benguela no seu quadro nº4 que estima a população em 1.928.140 habitantes, conforme o mapa discriminativo abaixo.

 

Município População estimada Superfície km² Densidade população
Benguela 469.363 2,100 223,2
Lobito 736.973 3,685 200,0
Baía Farta 97.720 6,744 14,0
Ganda 190.000 4,817 39,4
Cubal 230.848 4,794 48,2
Caimbambo 44.315 3,285 13,5
Balombo 27.942 2,635 10,6
Bocoio 55.712 5,612 9,9
Chongoroi 75.256 6,151 12,2
TOTAl 1928, 140 39,823 48,4

Conclui o estado, que a população da Província de Benguela em 2025 será de 3,4 milhões de habitantes, população economicamente activa (com idade entre 14 e os 65 anos) será de 1.870.000 habitantes.


Assim sendo, onde terá a direcção provincial da saúde adquirido este dado populacional? Não se sabe ao certo a fonte, para o 1º Secretario do Partido e Governador Armando o Cruz Neto, ter declarado atingir o seu partido 1.000,000 de militantes.


Segundo dados não muito fiáveis da Direcção da Saúde na Província, embora os números não fujam muito dos reais, quanto ao índice de mortalidade e natalidade;


Ano de 2008
- Taxa de mortalidade geral = 1.58 sob 1.928,140h = 3.046 óbitos
- Taxa de natalidade = 007 sob 1.928,140h = 134,9 nascimentos.


Ano de 2009
- Taxa de mortalidade geral = 1,68 sob 1.928,140h = 3.239,2 óbitos
-Taxa de natalidade diz ser igual ao do ano anterior.

De lembrar que a população eleitoral não tem em consideração face às lacunas administrativas.

 

A UNITA conta com 583.068 militantes sob os 806.064 eleitores, Onde estarão os militantes do PRS, dos extintos PLD, PAJOCA, PRD, PADPA, PDPANA, sem falar da ND que obteve 2 deputados na presente legislatura, cujos militantes não aparecem em nenhum canto de Angola, nem a sua implantação física no mínimo nas sedes Provinciais, ao invés do que acontece e acontecia com os partidos acima citados?

 

Feitos estes breves cálculos matemáticos, está claro que na Província de Benguela, com a intenção de enganar a comunidade nacional e internacional, estão sendo atempadamente gizadas engenhosas manobras com o fim único de tornar o baralho de cartões eleitorais confuso.

 

Nesta óptica, o executivo da UNITA na Província, pretende chamar à razão a sociedade angolana, em particular a de Benguela, para uma análise exaustiva da situação, e convidado a sociedade civil – estudante, (médios e Universitários), religiosos, académicos, angolanos locais e outros que o processo de democratização do país não diz respeito apenas aos partidos políticos, mas a toda sociedade que se preze por uma boa governação, transparência em suma, por um estado democrático e de direito.

 

A UNITA nunca representará apenas 10% da população angolana, muito menos será 3% conforme intenção de alguns dirigentes do MPLA, com quem constituímos em conjunto um estado Democrático de Direito, porque o resto é tudo mesmo democracia.

 

Muito recentemente numa actividade do MPLA em Luanda, vem igualmente Roberto de Almeida Vice Presidente daquele partido, efectuar declarações identificas, falando em 4.000.000 de militantes.

 

Por ocasião da abertura do Congresso da OMA foi declarado que, esta organização feminina tem mais de 2.000.000 de militantes.

 

Por seu turno o 1º secretário provincial veio igualmente à publico dizer que, até Dezembro do ano em curso serão 1.000.000 de militantes no Kuando Kubango.

 

O eleitorado angolano está estimado a 8.500.000 eleitores. Significa dizer que nem vale apena ir ao próximo pleito porque o partido no poder a o ganhou, porque só Luanda, Benguela e Kuando Kubango totalizam 6.500.000 militantes do MPLA!

 

O Show off que o MPLA tem levado a cabo em Luanda, não é razão suficiente para ludibriar a existência desses militantes. É nesta altura, indiscutivelmente um partido bastante popular.

 

 Assim sendo, não existem razões para que a polícia de choque impeça manifestações. Estas são resultantes da degeneração social. Da mesma forma não haveria razões de Sua Excia Presidente de Republica nas suas deslocações utilizar um aparato repressivo bastante volumoso, seria tão discreto nas suas deslocações à semelhança do que acontece nos outros países em que os Presidentes são bem aceites pelo povo que o elegeu.

 


Este é o cenário nacional. Face a estas declarações públicas, pensamos que a direcção da UNITA, devia e deve já tomar uma posição, para começar contornar a fraude no país que está bem gizada, com intimidações, raptos, assassinatos, prisões arbitrárias em que os réus mesmos com possibilidade de advogados, não podem beneficiar deles, não permissão da actividade da UNITA na comunição social estatal, resta apenas uma pequena brecha para o presidente da UNITA, de forma a fazer crer a opinião nacional e internacional, que na UNITA apenas o seu presidente desenvolve actividades, a partidarização dos sobas é um facto. Ler relatório pós eleições de 2008 da UE, para não falar do livro branco, onde até os sobas do Município da Baía Farta foram delegados de lista. Sobas femininos que são obrigados a aderir à modernização do regime vestindo calças, em ofensa clara aos verdadeiros valores culturais. Enfim, uma série de estratagema para que esse partido desapareça da cena política angolana.

 

São estas e várias acções que o senhor jornalista Ismael Mateus, não tem visto. Para um jornalista do seu calibre, deveria entregar-se a uma pesquisa e não ficar naquilo que o seu partido pensa e diz. Faz afirmações por despeito ao seu partido, comprometendo desse jeito a liberdade do seu próprio intelecto. As vidas destes pacatos cidadãos em nada diferem das seus familiares e da sua. Embora sem dinheiro e pobres perante, Deus o criador da vida para os cristãos e perante aquela carta magna aprovada pelo MPLA e que o senhor apoio, são iguais.

 

Deixaria um desafio ao jornalista Ismael Mateus para o bem da reconciliação da pátria angolana e de forma a contribuir para a harmonização do país, cujo mérito a história registaria, a deslocar-se a todas essas áreas. Conversar com o cidadão humilde e comum. Aquele que para além da sua lavra não tem mais nada. Dedicar-se a um inquérito pessoal por todas essas áreas e fornece-lo ao Presidente da República.

 

 Os supostos discursos musculados tal como o senhor o diz, da UNITA, não justificam a morte de angolanos em plena paz. Esses casos isolados que levam a morte a populações do centro e sul do país, não lhe mexem alma e porque talvez não tenha nada que lhe ligue a este povo humilde. Acredito que o senhor vai fazer isso. Ajude senhor Esmael Mateus, a construir uma paz verdadeira. A mesma situação interessa tanto ao senhor pelos juros bonificados que recebe do regime. O contrário à justiça e a razão não se inventa, está a disposição de quem merece.