Luanda – Uma entidade brasileira especialista em avaliações de ajuntamentos de comício estima que a multidão da “marcha patriótica” realizada no passado dia 5 em Luanda pelo MPLA não chegou a ter mais de 100 000 pessoas. A avaliação é feita com o emprego de métodos recorrendo, a dimensão do local e as imagens na televisão tal como ao ângulo a qual as mesmas foram filmadas .
Fonte: Club-k.net
Teve multidão equivalente a dois estádios da cidadela
De acordo com a entidade a multidão que acolheu ao marco histórico do Cazenga equivale a duas vezes o estádio da cidadela na rua. (Em condições normais acolhe 60 000 pessoas).
Logo após a marcha circularam dados contraditórios quanto as números reais que correspondiam a multidão no marco histórico do Cazenga. A agencia Associet Press falou em 200 000 pessoas, a RNA em 500 000, A angop em “milhões”, o Primeiro Secretario do MPLA em Luanda, Bento Bento, em 3 milhões, e o Jornal de Angola falou em 4 milhões em todo país.
Tendo em conta que Angola tem cerca de 14 milhões de habitantes e ao levar-se em consideração aos dados do Jornal de Angola, pressupõe-se dizer que “nem metade da população do país o MPLA conseguiu por nas ruas”. (10 milhões terão rejeitado o partido no poder). Os dados esvaziam a argumentação do Vice-presidente do partido governamental, Roberto de Almeida que apresentou o mar de gente como uma equivalência de votos nas urnas.
Por outro lado, um internauta em reação aos “3 milhões” apresentados pelo líder do MPLA em Luanda referiu que seriam necessário 15 mil autocarros de 50 lugar a efectuarem quatro viagens. “Um autocarro 50 lugares, 2 são 100 lugares, 10 são 500; 100 são 5000; 1000 autocarros são 50000 lugares. Para 3.000.000 seriam necessários 60 000 autocarros. Mesmo que cada autocarro fizesse 4 viagens seriam necessários 15. 000 autocarros que nem existem em Luanda”, disse.
Refira-se também em meios competentes que o numero da multidão não pode ser encarado ou equiparado ao numero de eventuais votos eleitorais tendo em conta que as pessoas foram persuadidas a ir ao local. No dia anterior a manifestação, o empresário Bento Kangamba deu 2500kz a cada jovem no bairro palanca para estarem na marcha. Deu também motorola aos chamados “langas” para informarem sobre qualquer acção no bairro. Foram levadas crianças a baixo dos 18 anos que foram dispensadas pelas escolas para aderirem a acção “patriótica da paz”
De recordar que a estratégia do MPLA em trazer as pessoas as ruas serviu para dar resposta a uma convocatória feita na internet que convidava a uma manifestação para derrubar o presidente José Eduardo dos Santos, no dia 7 de Março.
A manifestação anti-governo não chegou a realizar-se porque as autoridades prenderam 20 jovens que iam ao largo da independência incluindo uma equipa de jornalistas do Novo Jornal. A detenção dos mesmos acabou por abafar, na media estrangeira, a propaganda feita pelo partido no poder quanto aos “3 milhões de” de pessoas que aderiram a marcha da paz.
O facto de no dia 7 as pessoas não terem ido trabalhar, foi visto como um sinal de que o partido no poder não conseguiu transmitir confiança aos “3 milhões” de populares de que não teríamos retorno a guerra em Angola.