Comunicado sobre a Morte de Pirilampo


Cabinda
- E com grande consternação que a Sociedade Civil de Cabinda (SCC) tomou conhecimento do assassinato de Gabriel Nhemba, vulgo Pirilampo, cujo corpo foi encontrado na aldeia de Tanda.  O insólito em tudo isto é o facto de que a noticia surge no momento em que o Governo de Angola torna publico, com pompa e circunstancia, uma inusitada nota sobre a situação político-militar em Cabinda, manifestando abertura para o dialogo.



O assassinato de Pirilampo, neste sentido, vem lançar duvidas sobre o momento politico que vivemos. Todos, neste momento, mormente os activistas cívicos, sentimos inseguras as nossas vidas,  temendo que tal acção possa contribuir, ainda mais, para atiçar o clima de terror e de acicatar possíveis focos de dissídio na sociedade cabindense.  


Lamentamos a perda de mais uma vida, em consequência do conflito reinante em Cabinda. Esta constatação deve impelir todos os actores a construir uma verdadeira paz.



As desculpas constitucionais ou legalistas não podem continuar a impedir a obtenção da paz neste território. O que está em jogo na questão de Cabinda é a justiça e a dignidade para todo um povo.


A SCC , neste momento de convulsão, demarca-se de qualquer tentação em constituir-se quer uma liderança política quer porta-voz de qualquer movimento. Reafirma a sua independência ao mesmo tempo que não deixará de levantar a sua voz para ser voz daqueles que são açaimados.


Pede ao Governo Angolano:


1.    A abandonar a pretensão de querer negociar a paz em Cabinda, colocando  "uma navalha na garganta" da  resistência ao adoptar uma postura que o force a aceitar um cessar -fogo a qualquer preço.



2.    A aceitação do princípio de um diálogo franco, aberto, inclusivo e justo, sem exclusão de qualquer força viva de Cabinda, tendo a Flec como elemento principal.



3.    O Respeito pelos direitos humanos, garantias das liberdades fundamentais, incluindo aquelas de expressão, de religião, de imprensa e de associação;


Cabinda, 11 de Marco de 2011.

Pela Sociedade Civil
Jose Marcos Mavungo