Benguela - O Presidente do Partido Republicano Angolano deverá comparecer em tribunal, acusado de ameaça com arma de fogo ao recepcionista de uma unidade hoteleira na cidade de Benguela a semana passada.


Fonte: Apostolado
 

O comandante provincial da Polícia Nacional em Benguela, Comissário António Maria Sita, disse que Carlos Contreiras foi detido como cidadão e não como político.

 

“Não prendemos nenhum presidente. Prendemos um cidadão q       ue nos actos interrogatórios foi identificado pelo nome que já acabou de dar (Carlos Contreiras) e simultaneamente deu a sua função” – disse.

 

“Acontece que procurou os serviços hoteleiros numa pensão para se hospedar. Dentro dessa hospedagem, entrou em contradição com o recepcionista que pediu a sua identificação e não deu” – referiu ainda.

 

“O cidadão puxou por uma pistola e ameaçou o recepcionista que apresentou queixa. Tendo em conta a urgência com que o caso requeria, fomos buscar o cidadão” – acrescentou.

 

Os dados apresentados pelo comandante foram rejeitados pelo acusado que alega ter sido abordado por homens estranhos, quando já se encontrava no quarto de hotel e que o pediram para sair.

 

“Eu disse que daqui não saio. Peguei a arma, manipulei e eles meteram-se em fuga. Eu disse se voltassem aqui e fazerem o que fizeram, vou tomar outra reacção”.

 

“Depois de 40 minutos voltaram, mas desta vez vieram munidos de quase 100 homens: Comandos, Anti-motins, Brigadas caninas, etc. Direccionaram-se a minha pessoa e disseram o senhor está preso” – frisou.

 

“Perguntei o que se passava e se estavam em guerra. O agente respondeu que foram informados que o senhor queria assaltar o hotel” – disse ainda.

 

O julgamento de Carlos Contreiras, anteriormente marcado para esta segunda-feira, foi adiado para quinta-feira pelo Tribunal provincial de Benguela.

 

Segundo a Procuradoria-geral da República, a sessão foi adiada devido a imprecisões contidas nos autos remetidos pela Policia de Investigação Criminal local.

 

Quanto a autorização e porte da arma de fogo em causa, o comandante provincial de Benguela disse que o tipo usado por Carlos Contreiras contraria as normas em vigor sobre a matéria.

 

“A credencial que ele tem, segundo nos deu a entender, há o número de uma pistola que lhe foi autorizado usar. O que ele usou é a marca Jericho é de uso exclusivo da polícia nacional. As armas de defesa pessoal têm que ter um calibre inferior a 9mm e aquela é uma arma meramente policial” – esclareceu.

 

Carlos Contreiras retorquiu afirmando que a licença da sua arma está autorizada pelo Comandante Geral da Policia Nacional.

 

“A licença da arma foi movida como uma segunda via, porque a minha havia expirado no ano de 2009, e pedi a segunda via. Quer dizer que esta é uma licença nova, é um documento fidedigno, passado pelo Comando Geral da Policia Nacional da Republica de Angola, assinada pelo Comandante-Geral da Policia Nacional, Ambrósio de Lemos” – concluiu.

 

O político que foi libertado condicionalmente disse que vai aguardar pelo julgamento na cidade de Luanda.