Lisboa – As autoridades angolanas estão a manter discretos contactos com a França destinados a entrega de um grupo de militares angolanos que foram capturados por soldados franceses, em Abjadan, momentos antes da detenção do ex- Presidente Marfinense, Laurent Gbagdo.
Fonte: Club-k.net
Emissário de Ouatarra aguardado em Luanda
Os contactos coincidem com a deslocação a Luanda de um enviado especial de Alassane Ouattara que é aguardado na capital angolana para abordar com as autoridades o mesmo assunto. Em meios competentes que acompanham este dossiê entendem que os contactos que Angola esta a ter com as duas partes (militares de Alassane Ouattara e franceses), deve-se ao facto de as mesmas poderem ansiar “negociar” os seus prisioneiros em função dos seus interesses.
O apressamento que as autoridades angolanas vêem em resolver a entrega dos seus soldados feitos prisioneiros naquele país é atribuído a critérios tendentes a atenuar embaraços para a imagem externa de Angola mas também para evitar que em caso de julgamento de Larent Gbagdo em Tribunal Penal Internacional, o nome do Presidente José Eduardo dos Santos venha ser associado a “crimes de guerra e contra a humanidade” pelo envolvimento dos soldados angolanos no conflito.
O contingente militar angolano na Costa do Marfim, (segundo a Revista “Jeune Afrique”) estava a ser comandado pelo coronel Vitor Manena da UGP que tinha a missão de apoiar a guarnição do antigo Presidente Laurent Gbagdo. A figura do ex - regime marfinense que fazia a ligação com Angola, é Cadet Bertin, o ex- conselheiro especial para Defesa e Segurança de Laurent Gbagdo. A quando a captura do ex-presidente, o mesmo encontrava se em Luanda em “missão de trabalho”.
Em 2003, o governo angolano havia também ajudado o conflito militar naquele país através do envio de tropas. Na altura as autoridades negavam o seu envolvimento mas anos mais tarde altos dirigentes angolanos admitiram que a estabilidade na Costa do Marfim, deveu-se a “intervenção militar angolana”.
O regime angolano tem sentimento de gratidão a Laurent Gbagdo por ter sido a figura que após assumir o poder, na Costa do Marfim ajudou no desmantelamento das redes de influencia da UNITA de Jonas Savimbi naquele país que eram inicialmente apoiadas pelo falecido “pai da nação” marfinense Félix Houphouët Boigny que tinha como Primeiro Ministro, Alassane Dramane Outtarra.
Não obstante as reservas que Angola tem sobre Alassane Outtarra, analises apontam que o governo de Luanda não terá como não vir a reconhecer-lhe como presidente eleito da Costa do Marfim visto que neste momento, o mesmo tem um trunfo contra José Eduardo dos Santos (Dossiê do envolvimento militar a ser levado no Tribunal Penal Internacional).