Huambo - De acordo com angop, o  coordenador da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), deputado Higino Carneiro, considerou, sábado, na cidade da Caála (Huambo), que a crispação política que se regista em algumas localidades da província do Huambo tem origem em factos passados e na falta de diálogo permanente entre as autoridades administrativas, tradicionais e dirigentes de partidos políticos.
 

Fonte: Angop


Para Higino Carneiro, que falava no final da audição feita aos responsáveis de partidos políticos, membros da sociedade civil e autoridades administrativas e tradicionais do município da Caála, 23 quilómetros da capital da província, tal crispação exige que os
implicados pautem pela tolerância, compreensão e perdão.


 
“Os depoimentos que recolhemos permitem-nos concluir, embora não seja uma conclusão do nosso relatório final, que a crispação tem origem em factos passados e que exigem das autoridades administrativas, tradicionais e partidárias, assim como da sociedade civil, um dialogo permanente e que haja compreensão. Se isto não for feito não haverá entendimento, tranquilidade e paz verdadeira”, admitiu.
 


O coordenador da CPI, que trabalha nesta província desde quinta-feira para averiguar eventuais casos de intolerância política, afirmou que os dirigentes de partidos políticos e as autoridades administrativas e tradicionais devem trabalhar de forma a convencer as pessoas a sua volta sobre a necessidade de esquecerem os problemas do passado, ainda que a dor se mantenha em seus corações.
 


Higino Carneiro sugeriu que haja maior entrosamento entre as administrações municipais e comunais com os representantes da Unita, de maneira a trabalharem na implementação de um programa, mas de forma concertada.
 


“Vimos que há alguma rejeição, pode ser que seja impelida, fomentada, mas pelo que nos deu a entender aqui permite-nos dizer, sem errar, que realmente é uma posição popular e isto faz-me admitir que tenhamos que visitar aldeias onde a crispação é maior e se regista tal rejeição em relação a Unita”, aludiu.
 


O coordenador da comissão parlamentar de inquérito exortou os sobas, séculos e regedores para exercerem o seu poder tradicional não apenas com base nas normas consuetudinárias, mas em obediência a lei para evitar que estes apliquem medidas que firam a Constituição da República.
 


Defendeu igualmente que as autoridades tradicionais (sobas, séculos e regedores) envolvam-se nas acções de sensibilização dos cidadãos, para que estes aprendam a respeitar as diferenças partidárias.


 
“A guerra faz parte do passado, agora só temos que trabalhar para que o futuro seja de confiança e melhor não apenas para nós, mas também para as futuras gerações", frisou.
 

Este domingo a CPI, constituída por 15 deputados, vai trabalhar nos municípios da Tchikala-Tcholohanga e Katchiungo, para nos dias subsequentes, até ao dia 11, deslocar-se a Londuimbali, Ukuma e Tchindjendje.