Luanda - A oposição em Angola está numa fase vegetativa. Isto enquanto o partido no poder, o MPLA, ganha cada vez mais terreno relativamente ao eleitorado. A pouco mais de um ano das próximas eleições, a oposição angolana, com a UNITA à testa, reclama mais espaço e mais abertura para desenvolver o seu trabalho. Queixa-se de intolerância política, um vocábulo introduzido no mosaico político nacional, para descrever as acções em que o MPLA, supostamente, cria directa ou indirectamente embaraços à actividade política dos seus adversários na oposição. Mas as críticas à oposição vêem de todos os quadrantes da sociedade.


*Panguinho de Oliveira
Fonte: VOA

Para o presidente do Bloco Democrático, Justino Pinto de Andrade, o MPLA parte para as eleições numa posição de nítida vantagem e afirma, a propósito, que "os partidos políticos da oposição não estão sentados em cima do saco do dinheiro público, que está é o MPLA".

 

Pinto de Andrade nota que "o último  congresso extraordinário do MPLA foi práticamente marketing, porque não foram tomadas verdadeiramente decisões de fundo e o que ficou na meória das pessoas foi o carácter mediático do congresso que, no fundo, não passou de um acto de publicidade".

 

Para o jurista angolano Pedro Caparacata "O MPLA, UNITA e a FNLA são formações políticas bélicas" dada a sua experiência de anos de luta armada, pelo que o seu comportamento público denota esse factor. Caparacata é de opinião que as eleições angolanas de 2012 não vão ser fáceis para o MPLA como parece à primeira vista.

 

No entanto, aquele jurista observa a vantagem do partido no poder, consluindo que "os angolanos não têm maturidade política". Diz Pedro Caparacata:"Temos um conjunto de carneiros e, tirando Luanda, a mensagem dos outros partidos políticos não chega a parte nenhuma".