Lisboa - Augustin Bizimungu, general ruandês durante o genocído de 1994, foi hoje condenado a 30 anos de prisão pelo papel que desempenhou no massacre.


Fonte: DN

 

Além de Augustin Bizimungu, o tribunal da ONU, sediado na Tanzânia, para julgar os crimes de guerra no Ruanda também condenou o antigo chefe da polícia paramilitar Augustin Ndindiliyimana, entretanto libertado por já ter cumprido a pena. O major Francois-Xavier Nzuwonemeye e o capitão Innocent Sagahutu foram ambos sentenciados a 20 anos de prisão por crimes contra a humanidade.

 

"Dentro das circunstâncias, é uma grande decisão, mesmo que muitas pessoas pensem que ele [Bizimungu] merecia a pena máxima" disse o procurador responsável, Martin Ngoga, à Reuters.


Bizimungu, hoje com 59 anos, andou a monte durante oito anos até ser detido, em 2002, por rebeldes da UNITA em Angola. Figurou na lista dos mais procurados suspeitos de genocídio dos EUA e o governo americano chegou a oferecer uma recompensa de cinco milhões de dólares pela sua captura. O tribunal referiu que o general tinha completo controlo sobre as suas tropas e as incitava à matança com promessas de armas e combustível para incendiar casas.


Já Ndindiliyimana possuía um controlo limitado sobre os seus homens e opunha-se ao massacre. Condenado a 11 anos de prisão, este foi libertado por já se encontrar detido desde 2000. Nzuwonemeye e Sagahutu foram acusados de ordenarem o assassinato da primeira-ministra Agathe Uwilingiyimana, que resultou na morte de oito capacetes azuis e acabou por levar a ONU a abandonar o Ruanda.
 

O genocídio no Ruanda teve como ponto de partida a morte do presidente Juvenal Habyarimana, a 6 de Abril de 1994, quando o seu avião foi abatido. Poucas horas depois membros do governo organizaram milícias compostas por homens da etnia Hutu que chacinaram, por todo o país, os membros da minoria Tutsi, bem como Hutus moderados. Em poucos mais de três meses, 800 000 pessoas foram mortas.