Lisboa - É freqüentemente citado como provavél candidato ao cargo de segundo comandante provincial da Polícia em Luanda em substituição de Leitão Ribeiro que fora transferido para a Província do Uige. Caso venha a ser nomeado, o subcomissário Dias do Nascimento Fernando Costa deverá, ser coadjuvado por um outro segundo comandante, o superintendente-chefe Francisco Ribas que responde pelos recursos humanos do comando provincial da polícia.
Fonte: Club-k.net
Dias do Nascimento é um quadro com passagem no Departamento de Investigação Nacional Criminal que formou-se em Cuba. Tem igualmente conhecimento em telecomunicação passado pelos Serviços de Segurança de Estado e que lhe habilitou a exercer no comando geral da Policia onde trabalhou. Presentemente a ocupar o cargo de Comandante da Divisão de Polícia da Ingombota, o subcomissário Dias do Nascimento Costa notabilizou-se nas ultimas semanas por ter comandando uma operação violenta que resultou na detenção de jovens que realizavam uma manifestação contra a fome no largo da Independência. Ele que era reconhecido com um quadro destacado ao combate a delinqüência em Luanda viu a sua reputação fragilizada depois de ter rolado na internet um vídeos amador em que o mesmo aparece a ordenar de forma musculada a prisão dos jovens incluindo a de um jornalista.
A acção do mesmo resultou nas seguintes repercussões; a saber:
- Reprenssão por parte do Ministro do Interior Sebastião Martins que se manifestou deselegante com os seus excessos
- Reacção da UNITA que anunciou levar o caso ao Parlamento para que o governo seja interceptado e para pedir uma investigação do assunto.
- Reacção de ONGs dos Direitos Humanos (AJPD) condenando a prisão dos jovens, uma delas (a OMUNGA) enviou uma carta ao Procurador Geral da Republica,
- O assunto foi amplamente noticiado em meios de comunicação estrangeiros incluindo uma publicação da Namíbia, país amigo de Angola.
- Protesto do Sindicato dos Jornalistas Angolanos ao Ministro do Interior apresentando descontentamento face a detenção de um repórter filiado a esta instituição de comunicação social
- Os políticos desmarcaram-se do mesmo, dois dirigentes do MPLA na província de Luanda, Tany Narciso e Maciel Neto falaram a VOA dizendo que o seu governo não deu ordens a ninguém para efectuar detenções.
A reprovação da operação do subcomissário Dias do Nascimento Costa foi extensiva a outras estruturas do aparelho do Estado angolano. Numa reunião de analise de situação, nas Forças Armadas, concluiu-se que a policia distraiu-se com os manifestantes deixando a cidade desprotegida a mercê dos marginais . As FAA, devido ao vazio da policia, acrescida a saída a rua do Chefe de Estado, foi forçada a desempenhar um dublo papel em matéria de segurança.
Consta que esta não é a primeira vez que o comandante Dias do Nascimento causa transtorno a imagem do Estado angolano. Ao tempo em que chefiava o comando da Divisão de Polícia do Kilamba Kiaxi, o mesmo teria se notabilizado por ter prendido um jornalista da Radio Alemã, DWelle, António Cascais e um então deputado Alexandre Neto, que presenciavam uma operação de demolição de casas que era acompanhada de perto pelo citado comandante da Polícia. A prisão foi feita em meios de tiros dos homens de Dias do Nascimento sob alegação de que estariam a proteger as maquinas Cartepilar, enquanto demoliam as casas dos pobres cidadãos.
Embora seja reconhecido por alguma corrente na corporação pelo seu lado de combate a delinqüência, há também quem o descreve pelo “gosto das brigas” ou defeito nas relações interpessoais. Atribuem-lhe referencias segundo a qual a corrente deixou de passar entre ele e o comandante Leitão Ribeiro. Ambos eram ligados ao Comissário “Quim” Ribeiro. Na seqüência de um suposto atentado contra uma viatura do ex-comandante de Luanda, nos arredores da Samba, o subcomissário Dias do Nascimento teria se destacado como uma das personalidade a prestar solidariedade ao seu ex-chefe. Antes rolaram informações que o apresentavam como parte do grupo da rede de fieis a Quim Ribeiro que teria atendido uma reunião secreta na Quinta do afastado comandante, situada em Kikuxi, zona localizada nos arredores de Viana.
Na ligação a “Quim” Ribeiro, Dias do Nascimento sobreviveu ao caso dos três milhões e quinhentos mil dólares que resultou no assassinato do superintendente-Chefe da policia, Domingos Francisco João. Consta que foi um dos seus subordinados identificado por “Lito” que alertou aos homens do ex-comandante provincial que o malogrado Domingos João se encontrava na zona do Zango para de seguida irem ao encontro do mesmo para ser abatido a queima roupa.
O comandante geral da Policia, Ambrosio de Lemos não é alheio a aproximação de Dias do Nascimento ao comissário Joaquim Ribeiro. A certa altura convocou ambos no seu gabinete no comando geral para uma chamada de atenção de um embaraço, que o comissário-geral entendia que deveria ser evitado pelos dois comandantes.
Em círculos lúcidos em Luanda, começa-se a comentar que o regime angolano tem pouca sorte com os quadros que coloca a exercer funções de chefias no Município da Ingombota. A administradora Municipal, Suzana Melo é reconhecida pelo seu lado musculado com os populares. A Primeira Secretaria municipal do MPLA, Joana Quintas é citada como estando em cíclicas divergências internas com os seus partidários, agora surge o comandante da policia no Município, Dias do Nascimento, a quem sectores do regime lhe apresentam como o bode expiatório pela prisão dos jovens manifestantes.