Lisboa - O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, vencedor das eleições legislativas de domingo em Portugal, afirmou que seu país não será "uma carga" para os credores e prometeu fazer o necessário para honrar os compromissos do Estado.


Fonte: terra.com.br



http://cagadosdepernasproar.files.wordpress.com/2010/09/pedro_passos_coelho_not2_mb.jpg"Faremos o que for preciso para garantir a todos que nos observam do exterior que Portugal não será uma carga para os países que nos emprestaram o que precisávamos para cumprir nossas responsabilidades e nossos compromissos", declarou Passos Coelho.



"Vamos fazer todo o possível para cumprir o acordo estabelecido entre o Estado português, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional para recuperar a confiança dos mercados".



Pedro Passos Coelho é considerado um liberal centrista de 46 anos que iniciou muito jovem sua atuação política e em um ano chegou à disputa pelo cargo de primeiro-ministro.



Alto e magro, este líder da direita portuguesa, presidente do Partido Social-Democrata (PSD), esbanja tranquilidade para seu primeiro combate político, confirmando sua reputação de "animal de sangue frio", distante da intempestividade de seu adversário socialista.



Pedro Passos Coelho nasceu em Coimbra (centro) e viveu sua infância em Angola, ex-colônia portuguesa, onde seu pai era médico. Depois da independência em 1975, a família voltou a Portugal e se instalou em Vila Real (norte).


Seguindo os passos de seu pai, dirigente do PSD local, aderiu aos 13 anos à Juventude Social-Democrata (JSD). Sete anos depois se tornou seu secretário-geral e, depois, seu presidente, em 1990.


Eleito deputado em 1991, suas posições liberais em questões como as drogas e o serviço militar suscitaram preocupação entre os membros mais conservadores do partido, que não aceitaram muito bem a sua independência.



Em 1999, aos 35 anos, decidiu deixar o Parlamento para "retomar o curso de sua vida".



Dois anos depois, formado em Economia, tornou-se consultor e, mais tarde, diretor financeiro de um grupo de investimentos.


Em 2005, Passos Coelho voltou à atividade política e foi eleito para a vice-presidência do PSD. Derrotado nas eleições internas em 2008, foi afastado da campanha para as eleições legislativas de setembro de 2009, que os social-democratas perderam, apesar da crescente impopularidade do governo socialista.



Seis meses depois, este homem considerado teimoso e orgulhoso teve a sua revanche. Eleito presidente do PSD pelo voto direto dos militantes, reivindicou um programa mais liberal do que os de seus antecessores para tirar o país do marasmo econômico, defendendo uma intervenção menor do Estado em questões econômicas e uma limitação de seu papel no âmbito social.


Suas propostas de trabalho comunitário para os desempregados provocam polêmica, assim como seu questionamento do princípio da gratuidade para a educação e para a saúde estabelecidos na Constituição.



A crise da dívida impõe a ele uma dura prova e Passos Coelho consegue apenas posicionar seu discurso entre sua "oposição determinada" ao governo socialista e seu apoio "patriota" às medidas de austeridade impostas para sanear as finanças públicas.


No final de março, quando a pressão dos mercados se acentuava em Portugal, ele assumiu que havia uma crise política e provocou a renúncia do governo minoritário ao se negar a assumir um quarto plano de austeridade em menos de um ano.


Acusado pelos socialistas de ter "aberto a porta ao FMI", responde que "é melhor pedir ajuda do que morrer de fome".



A partir de então, este defensor de uma abordagem franca se comprometeu não só a respeitar o programa negociado pelo atual governo com a UE e o FMI, como também prometeu "ir mais longe" em matéria de privatizações e de reformas.



Passos Coelho, casado duas vezes e pai de três filhas, é conhecido por seu amor pela música. É barítono, gosta de cantar fado quando se reúne com seus amigos nos restaurantes de Lisboa, e se candidatou a um papel em um espetáculo musical.