Luanda - De todos os órgãos de comunicação social que fizeram cobertura da conferencia organizada pela Associação Justiça Paz e Democracia (AJPD) sobre transparência e corrupção em Angola, a RNA, foi a única que avançou com uma versão estranha/diferente.
Fonte: Club-k.net
Gravaram tudo mas não passaram nada
Órgãos como Radio Eclésia e a LAC deram destaque ao tema da conferencia passando estratos dos diferentes palestrantes e reações de algumas personalidades que tomaram parte dos debates. A versão da RNA, quanto ao primeiro dia da conferencia, falou apenas da parte final do debate relacionada ao lançamento de um livro que ocorreu no final das discussões e extratos das palavras do líder da AJPD, António Ventura, falando sobre a mesma publicação.
Tendo em conta que o mais importante eram as intervenções, não se sabe porque razão a RNA, não tocou no que era suposta ser destaque tendo noticiado apenas algo irrelevante. Os ouvintes da mesma emissora acabaram, inclusive, por não saber quem foram os palestrantes que animaram os respectivos temas.
De realçar que a conferencia decorreu no centro de formação de jornalistas CEFOJOR. Na ultima parte do segundo dia das discussões foram abordados temas como a responsabilidade do executivo na prevenção e combate a corrupção e na promoção da transparência, bem como o papel do parlamento na prevenção e combate a corrupção em Angola e na promoção da transparência.
Chamado a dissertar o primeiro tema de Quarta-feira "A responsabilidade da sociedade civil na prevenção e no combate á corrupção", Elisas Isaac representante da Open Society em Angola disse que os últimos acontecimentos ligados a corrupção que tiveram lugar no país devem levar o governo angolano a admitir que as coisas não caminham bem.
O activista cívico foi ainda mais longe e disse que a única medida sustentável de combate ou prevenção a corrupção é a instauração em Angola de uma verdadeira e real democratização.
Por sua vez Reginaldo Silva jornalista e membro do conselho nacional da comunicação social chamado a moderar o mesmo tema, disse que tem havido pouca dificuldade de o poder político lidar com a classe jornalística em Angola, devido a forma disciplinada como os profissionais do ramo fazem os seus trabalhos.
Segundo o jornalista, apesar de o executivo em alguns casos admitir a existência de problemas, a maior dificuldade prende-se com a não resolução destes no âmbito daquilo que é a politica de tolerância zero.