DISCURSO PRONUNCIADO POR SUA EXCELÊNCIA JOSÉ  EDUARDO DOS SANTOS, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE  ANGOLA, NA INAUGURAÇÃO DA CIDADE DO KILAMBA

Luanda, 11 de Julho de 2011


EXMO. SENHOR VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA,
SENHORES MEMBROS DO GOVERNO,
SENHOR GOVERNADOR DE LUANDA,
SENHOR PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
DA SONANGOL, EP,
DISTINTOS CONVIDADOS,
MINHAS SENHORAS E MEUS SENHORES,


A inauguração da Cidade do Kilamba é um motivo de orgulho e de grande satisfação, para mim e para todos os membros do Executivo.

 

Este empreendimento integra-se na malha geral da cidade de Luanda e é o primeiro passo importante do Executivo no sentido de dar resposta ao direito dos Angolanos a uma habitação com um mínimo de dignidade e de conforto.

 

É o maior projecto habitacional jamais construído em Angola e constitui, à escala global, um profundo exemplo da política social levada a cabo no país para resolver o défice habitacional.

 

Cerca de uma dúzia de centralidades ou cidades satélites de diversos tamanhos foram projectadas pelo então Gabinete de Reconstrução Nacional para serem construídas faseadamente nas dezoito províncias do país.


Destas, quatro já estão em execução nas províncias de Luanda, Bengo, Cabinda e Lunda Norte.

 

Hoje foram apresentadas a empreendedores privados os projectos de novas centralidades nas províncias do Zaire, Malanje, Kuando Kubango, Namibe, Huíla, Benguela e Lunda Sul, com o intuito de os convidar a participar neste processo.

 

O surgimento de novas centralidades é a forma comummente adoptada para se corrigir o crescimento desordenado das grandes cidades, já sem espaço nem infra-estruturas para suportar mais população no seu tecido urbano tradicional.

 

A cidade passa assim a ter não um único mas sim vários centros, dispondo de todas as condições funcionais para que os cidadãos possam levar a sua vida normal sem necessidade de se deslocarem com frequência muito longe do seu local de residência.

 

A criação da Cidade do Kilamba inscreve-se, pois, na forma moderna de se pensarem as cidades e enquadra-se nos esforços do Executivo para fazer face ao constante crescimento da capital do país, cujas infra-estruturas não estão preparadas para suportar a população de mais de cinco milhões que tem hoje.

 

A divisão administrativa de Luanda e Bengo vai ser revista e outras centralidades vão surgir nesta região, para facilitar a desconcentração em curso e a futura descentralização político-administrativa.

 

Essa descentralização vai, pois, permitir aliviar a pressão sobre o centro antigo de Luanda, melhorar a participação do cidadão na gestão da coisa pública, dar resposta às necessidades crescentes de habitação e proporcionar melhor qualidade de vida aos seus habitantes.


Com a inauguração da Cidade do Kilamba, os seus futuros habitantes irão dispor, além de um lugar para morar, de diversos serviços administrativos e comerciais, escolas, centros de saúde e áreas de lazer, num espaço saudável e com segurança organizada.
 

Que todo este esforço do Estado seja correspondido pela nossa população, que deve adoptar um comportamento adequado a este tipo de habitação e colaborar para se assegurar a conservação e limpeza dos seus equipamentos e infra-estruturas.


Que se estabeleça um convívio social harmonioso entre todos e que o respeito pelos direitos dos nossos vizinhos seja observado, para se evitarem incompreensões e desentendimentos provocados pela poluição sonora, a ocupação indevida de espaços alheios ou outras acções inconvenientes.


Vamos ensaiar aqui um novo modelo de gestão urbana, que seja funcional, simples, racional, transparente e cumpridor das suas atribuições, capaz de encontrar as melhores soluções para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.


Para esse efeito, os quadros que integrarem a futura administração da cidade têm de possuir as competências técnicas necessárias para o bom desempenho das suas funções e também sensibilidade para perceber quais as prioridades e as decisões mais acertadas, susceptíveis de contribuir para o aumento da eficiência e eficácia da gestão urbana e da qualidade e produtividade dos serviços urbanos.


Se esse modelo for realmente eficaz, ele poderá ser adoptado para a gestão de outros centros urbanos.


Ao inaugurarmos esta Cidade do Kilamba, como elo de transição para a nova cidade de Luanda que se situará junto à margem do rio Kwanza, não escondemos a nossa ambição de inserir Luanda no conjunto das maiores e mais belas cidades do mundo.


Por outro lado, são passos como os que hoje damos que confirmam a nossa vontade de continuar a dar satisfação a uma das mais candentes necessidades do nosso povo.


Saúdo e agradeço a todos que connosco se envolveram na materialização desta grandiosa empreitada.


Viva a Cidade do Kilamba!