Paris - Na Bíblia, Eclesiastes III, versículos 1 a 8, está escrito: « Há tempo para tudo e cada coisa tem a sua hora debaixo dos céus . Há um tempo para nascer e um tempo para morrer, um tempo para plantar e um tempo para desenraizar o que estava plantado; um tempo para matar e um tempo para curar, um tempo para demolir e um tempo para construir; um tempo para chorar e um tempo para rir, um tempo para lamentações e um tempo para dançar; um tempo para lançar pedras e um tempo para apanhar pedras, um tempo para abraçar e um tempo para afastar as carícias; um tempo para achar e um tempo para perder; um tempo para guardar e um tempo para deitar fora; um tempo para rasgar e um tempo para recoser; um tempo para se calar e um tempo para falar; um tempo para amar e um tempo para odiar; um tempo para a guerra e um tempo para a paz. »

 

Fonte: Flecnoticias

 

Há algum tempo, o nosso sítio foi posto voluntariamente em vigília para observar e analisar sabiamente o comportamento, as atuações, as tomadas de posições e as chacotas de uns e de outros, e particularmente os dos originários de Cabinda, em relação com a solução do processo de negociações que foi iniciado na sequência da audiência histórica que sua Excelência o Engenheiro José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola, concedera ao Sr. António Nzita Mbemba, atual Presidente do Alto Conselho Representativo da FLEC e Presidente do Frente de Libertação do Enclave de Cabinda.

 

Desde o ano 2001, o Comité Político da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda tinha começado a sentir os sofrimentos e o luto que mais de vinte e cinco anos de guerras tinha feito sofrer as populações de Cabinda.

 

Daí o ter-se posto em ação e a realização de mecanismos diplomáticos que levaram primeiro à admissão de Cabinda na UNPO e à colaboração entre a FLEC e o KREDDHA. A UNPO e o KREDDHA são dois organismos que trabalham para favorecer a paz entre povos.

 

Os resultados das relações entre a Frente de Libertação do Enclave de Cabinda e estes dois organismos foram largamente positivos na medida em que permitiram, inicialmente, aos membros da FLEC terem acesso e participarem fisicamente nas reuniões da O.N.U no QUÉNIA e no Conselho dos Direitos do Homem da O.N.U em Genebra. E em seguida, estes contatos permitiram a realização de uma reunião entre cabindas que veio a concretizar a reunificação das FLECs e a criação do Fórum Cabinda para o Diálogo.

 

Após as peripécias ligadas aos disfuncionamentos das Instituições postas em ação no dia seguinte à Conferência de Helvoirt na Holanda e por querer interromper o ciclo de luto em Cabinda, o Comité Político da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda empreendeu consultar as chancelarias das potências ocidentais para recolher a sua opinião sobre o conflito em Cabinda.

 

Lisboa, Paris, Washington, Londres, Bruxelas, União Europeia tinham e têm ainda todos a mesma opinião, a de reconhecerem e terem tomado nota da assinatura do Memorando de Entendimento e de Reconciliação na Província de Cabinda assinado na Namíbia no dia 1 de agosto de 2006 e de aconselharem negociações diretas com o Governo da República de Angola.

 

Pondo em ação conselhos recebidos aquando de estas consultas e com o apoio do Instituto de Paz dos Estados Unidos da América por intermédio da COIEPA (ONG angolana designada e apoiada pelo Instituto dos Estados Unidos para a Paz para fazer a mediação entre a FLEC e o Governo da República de Angola), o Comité Político da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda tentou organizar reuniões de reconciliação entre cabindas em Genebra para harmonizar as posições.

 

Estas reuniões foram boicotadas, sabotadas e minadas pelos que aqui se reconhecerão e que parecem ser perpétuos dadores de lições do processo de Cabinda.

 

Ainda que tenha sido efetivamente o Comité Político da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda que associou a fação de Alexandre Tati às negociações com o Governo da República de Angola, certa imprensa no Web insiste em fazer a apologia do Sr. Alexandre Tati como se este tivesse sido o iniciador de qualquer coisa que fosse.

 

É deplorável comprovar que a verdade seja assim deformada conscientemente com o objetivo de fazer existir algo que não existe ou que já existiu, com a finalidade de satisfazer e manter certos lobbys mascarados.

 

O Acordo de cessar fogo que foi assinado em Brazzaville no dia 9 de janeiro de 2010 resulta de um trabalho laborioso que durou quase um ano. O texto final era o fruto de discussões ao longo das quais todas as palavras foram bem negociadas e aceites pelas partes em questão.

 

A delegação militar do Governo da República de Angola nunca foi imposta à FLEC/FAC de Tati Alexandre. Desde o início do processo e durante um ano, houve várias trocas de documentos entre as duas partes militares e o texto final do Acordo de cessar fogo era o fruto das discussões ao longo das quais todas as palavras foram bem negociadas e aceites pelas partes em questão e isso até ao último minuto na Embaixada de Angola em Brazzaville antes da assinatura. Seguiram-se abraços calorosos a esta assinatura ou a estas assinaturas cujas imagens fotográficas e vídeos existem mesmo com um discurso entusiasta de Tati Alexandre.

 

Não se pode admitir que se faça acreditar à opinião pública que a delegação da FLEC/FAC descobriu a delegação militar do Governo da República de Angola à mesa quadrada no mesmo dia da assinatura do documento. Tati Alexandre estava bem consciente que negociava com militares e estava bem de acordo que um acordo militar sobre a cessação das hostilidades militares precede um acordo político global.

 

Descobriu-se seguidamente que a FLEC/FAC era objeto de fortes pressões que vinham de Cabinda através de indivíduos que estavam em contato com pessoas que estavam então na prisão. Tati Alexandre começou a fazer exigências para que estas fossem postas em liberdade, mas igualmente para que o Acordo de cessar fogo “fosse harmonizado”.

 

Fato surpreendente na medida em que a FLEC/FAC negociou e aceitou este Acordo sem nenhum constrangimento.

Após ter-se comportado como um aprendiz em política, Tati Alexandre recusou, seguidamente, encontrar uma delegação do Governo na Embaixada de Angola em Brazzaville, exigindo agora que tal se fizesse em terreno neutro esquecendo-se ao mesmo tempo que já lá tinha estado e que passou mesmo três dias em Luanda antes de partir para Paris em avião especial.

 

E quando as pessoas encarceradas foram postas em liberdade, cúmulo do paradoxo, as suas primeiras declarações foram para dizer que Tati Alexandre não tinha nenhuma legitimidade para negociar em nome da população de Cabinda.

 

Se a FLEC/FAC e Tati Alexandre não se tivessem comportado como crianças, ter-se-ia podido evitar a morte de Pirilampo, de Sabata e de outros anónimos que ainda morrem em Cabinda.

 

Ter-se-ia podido-se evitar as pressões que existem atualmente nas fronteiras do Bas-Fleuve ao Bas-Congo e na região do Kouilou e especialmente em Pointe-Noire.

 

Ter-se-ia podido evitar os sofrimentos perpétuos dos refugiados nos dois Congos; estes refugiados que são tomados como reféns pelas administrações; estes refugiados que são tomados como reféns por falsos profetas como Tati Alexandre e outros ainda que se encontram instalados tranquilamente na Europa como o Sr. Joël Batila e a sua muito pequena e insignificante banda tribal; estes refugiados que estão divididos e que lutam entre si porque partidários de um tal ou tal outro.

 

Se a FLEC/FAC e Tati Alexandre fossem responsáveis e conscientes do sofrimento da população de Cabinda, estaríamos hoje em plena negociação inclusive e além disso, como estava previsto, de acordo com o Acordo de cessar fogo, num país estrangeiro ou melhor num país neutro como desejava Tati Alexandre.

 

Fato raro que é preciso contar aqui muito objectivamente, pois o Governo tinha feito mesmo uma concessão não negligenciável ao aceitar financiar um congresso da FLEC/FAC com a participação das outras forças vivas de Cabinda incluindo a sociedade civil e tal devia realizar-se num país estrangeiro escolhido livremente pela FLEC/FAC logo a seguir à oficialização do cessar fogo.


Eis a verdade.


O Comité Político da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda está orgulhoso pelo trabalho realizado durante todo este longo período e mesmo antes durante as épocas em que assumia muito eficazmente a diplomacia da verdadeira FLEC/FAC. Ninguém o poderá contradizer e o Comité Político da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda não tem medo de assumir as suas responsabilidades incluindo perante a população de Cabinda.

 

E depois e em outros céus, não há mais nada, a não ser querelas infantis, invejas, maledicências, tribalismo e lutas de liderança. Os seus terrenos de confrontações e publicidade enganosa, é o Web com a publicação na Internet de falsas e erradas informações ou pela interatividade com outras pessoas por correio electrónico.

 

É assim que se vai descobrir Tati Alexandre em quanto presidente da FLEC/FAC e fabricado ou promovido por certos meios de comunicação social ao serviço de certos lobbys mascarados como acima foi dito. Apesar disso, encontra-se muito enfraquecido politica e moralmente.

 

É assim que se vai descobrir o Sr. Joël Batila em quanto ideólogo da FLEC/estado; tal como sabemos, não pode ser ideólogo seja do que for e não tem nenhuma capacidade ou faculdade para produzir ou gerir seja o que for, salvo ir a Bruxelas para proclamar, vejam bem, a independência «do estado de KABINDA». Kabinda com «um K», estamos na Província do Kasaï na República Democrático do Congo ou quê? Que disparate. Se fosse inteligente e consciente, o Sr. Batila podia poupar-nos desta leviandade vergonhosa.

 

É assim que se vai descobrir o Sr. Stéphane Barros, o panegirista de Lisboa, que se autoproclamou «Senador». Senador de quem ou de quê, é pândego cuanto utópico. Aqui está um caso mental que não tem vergonha de ladrar como diz o honroso Deputado Raul Danda que, ele, é eleito deputado à Assembleia Nacional da República de Angola sob a etiqueta UNITA, coisa normal.

 

E o que dizer «do Embaixador Fernando Chincocolo», grande dador de lições que se considera como o proprietário de Cabinda, por conseguinte incontornável, embora ninguém o conheça na história da FLEC, excepto como por azar nos países escandinavos onde se autoproclamou o embaixador de Cabinda.

 

Quanto à Frente de Libertação do Enclave de Cabinda, o seu Comité Político e como soldado da paz continuará a pensar que negociar e colaborar com os seus irmãos, por mais arriscado que isso possa ser devido ao fato que o dossiê de Cabinda é um dossiê sensível, é menos prejudicial que a luta armada que enluta e mortificada inutilmente a população.


Há tempo para tudo e cada coisa tem a sua hora debaixo dos céus.