Brasil - Não acredito na estupidez humana, e ela é tão ineficiente como qualquer ato de feitiçaria, e como qualquer forma de religião que aí existem. Mas se a receita do Comandante Viana entrar em moda, quem no MPLA vai se salvar? Um teste de absolvição de corrupção livraria quem nesta República dos Corruptos? Pior, se o teste usar “técnicas” e procedimentos de feitiçaria. Todas as bolas de cristais implodirão, antes mesmo que algum  corrupto  se aproximasse delas.


Fonte: blogdonelodecarvalho.com

O verdadeiro nome desse caso  chama-se: O Caso do BNA

A implosão não seria simplesmente pelo efeito corrupto, pela força mágica e misteriosa que um corrupto pudesse exercer sobre tudo e todos. Mas, também, pela cisma, o medo de que aquelas  bolas de cristais, sendo públicas ou não, desapareceriam depois de serem usadas se tivessem a sorte de resistirem.


As situações contadas pelo nosso herói denunciante, que está de parabéns,  são tão ridículas, mas verídicas ao mesmo  tempo, que devem ser tomadas a  sério. Não só para se salvar a nação, que hoje sabidamente tem dono, mas também para que se restabeleça a dignidade das pessoas.


Nesta dignidade é interessante saber que o caso Quim Ribeiro foi denunciado, trombeteado e descoberto pelos jornais privados. Os Jornais privados que tanto o MPLA odeia e vive contracenando com os mesmos de que nunca têm provas  nas suas denúncias  contras os atos  de corrupção. A propósito, esse partido, o Governo e o Jornal de Angola silenciaram, ocultam e ocultaram, o caso Quim Ribeiro desde o início. E continuam ocultando. Uma demonstração de força impar e unívoca. Que prova que o corrupto, o bandido e até o assassino, quando possível, não é só o Quim Ribeiro. Quantos não roubam,  não mentem e não seriam capazes  de mentir nesse governo em nome de conquistas individuais  que, sempre, atropelam as leis, os bons princípios e a moral? O Presidente da República e os seus Ministros? Onde está escrito que temos a obrigação e dever de confiar nessa gente? Se nem as leis traçadas pelos mesmos eles conseguem cumprir.


Quim Ribeiro, esse não é o verdadeiro nome desse caso. O verdadeiro nome desse caso  chama-se: O Caso do BNA, onde quase 400 milhões ( quatro centos milhões) de dólares  americanos estão desaparecidos,  100 milhões (cem milhões) distribuídos  entre os  chamados  pequenos peixes ou subordinados  que tiveram que fazer os trabalhos mais sujos, ou, também, de uma forma mais técnica: o trabalho doméstico.  É neste trabalho doméstico onde  está e se inclui a ação do infeliz e azarado Quim Ribeiro, que não passam de 4 milhões ( quatro milhões) de dólares. A pergunta a ser feita é: onde estão os  quase  97 milhões ( noventa e sete milhões)  de dólares que restaram e, igualmente,  ficaram no terreno nacional com a serventia nativa?
Pelo que entendemos, Quim Ribeiro apoderou-se de cifras  e quantias que já estavam fora do Banco, nada mais e nada menos, que 3,6 milhões ( três milhões e seiscentos)  dólares. Quem são esses agentes públicos,  funcionários da instituição bancária,  que num esquema de corrupção conseguiram liberar quase 100 milhões ( cem milhões) de dólares de tal forma que o sistema financeiro, bancário e estatal angolano não consegue descobrir os autores de tamanha façanha?

 
Por outro lado,  mais 300 milhões ( trezentos milhões)  de dólares saíram fora do país, vindo daquela instituição, o BNA. Num esquema de corrupção que implicou na existência de uma rede, diga-se,  internacional com a bela participação  do talento e da genialidade do homem corrupto  lusitano. Tão preparado  e predisposto a assaltar os fundos e os orçamentos que o Estado e o Governo de Angola tem como destino para desenvolver a sociedade e os problemas deste país. O Próprio Procurador Geral  abriu um processo para se investigar  este último assalto.  Que entendemos só foi possível  porque, com certeza, deve existir a colaboração do cinismo angolano, da vaidade dos corruptos desse país,  da mentira,  da sem vergonhice  dos dirigentes desse país; em nos fazerem acreditar  e pensarmos de  que sempre estiveram aí, ao lado do dinheiro, do poder  e de todas as mordomias, em  nome do povo angolano.  Qual povo? Se o povo foi abandonado hoje, e nem pode reclamar que a corrupção existe, não pode nem se quer pensar  que aqueles que vivem  aldrabando-lhes  devem ser substituídos por profissionais e políticos mais eficazes e eficientes.

 
Em  qualquer país civilizado do mundo, denúncias do  ex-Comandante Viana, levariam até a renúncia do Presidente da República. Um Presidente enganado por todos, ridicularizado até  pelo coelho que está sendo afogado numa panela de cozinha industrial  com água quente fervendo.


Quando isso acontece, fica mais do que provado  que não vale a pena termos esses dirigentes que temos aí. E hoje me pergunto, será que vale a pena continuar a  acreditar no MPLA? Qual MPLA, o MPLA que defende o quê? O MPLA que defende suas contas bancárias ( a dos seus parceiros), o MPLA que defende a posição privilegiada e burguesa dos mentirosos  e herdeiros, agora, donos de Bancos, empresas de telecomunicação? O MPLA dos que têm poços de petróleo ou minas de diamantes? As minas de diamantes  e poços de petróleo que Agostinho Neto, em boas intenções, anunciou, um dia,  que eram de todo o  povo.


Nós não acreditamos que o Caso BNA reduz-se, simplesmente, ao caso Quim Ribeiro. Chamem-no da maneira e forma que o quiserem chamar, mas o caso Quim Ribeiro é só o  andar ou piso do subterrâneo, um dos andares. O edifício da corrupção é uma construção gigante que põe de boca aberta qualquer mortal  e alberga dentro de si o que há de mais poderoso dentro do Estado Angolano:  O Presidente da República e  o próprio MPLA. Será que estes resistiriam a um “feitiço”  anticorrupção?