Luanda - O instrutor do processo do Julgamento da malograda deputada do MPLA Beatriz Aurora Salucombo, e seu irmão António Neves, bem como alguns declarantes e parentes das vítimas, fora, ouvidos na segunda sessão realizada, Quarta – feira, 03/08, em Luanda.


Fonte: RNA

 

O Inspector Adelino Agostinho Kaxito, 43 anos, acusado pelos réus de os ter torturado ao longo da instrução processual, revelou que não tinha nenhum interesse no processo que o levasse a tal procedimento, por isso de modo algum coagiu os réus.

 

Por seu turno, o réu Samuel António “Serrote”, 33 anos, reiterou que foi ouvido cerca de seis vezes, e em todas as vezes o instrutor em causa o algemou e torturou. O réu afirmou que lhe foi entre uma papel para assinar obrigatoriamente.

 

Entretanto, os réus, quando questionado a propósito, responderam que não foram molestados pelo Ministério público, e que as declarações que constam dos altos foram concebidas pela Polícia.

 

Já o Advogado dos Réus quis saber do Polícia – instrutor, porquê que o crime praticado na Samba foi instruído o processo no Cazenga, em resposta o questionado disse que não cabia a si explicar.

 

Por outro lado, defensor quis saber porquê que no decorrer do interrogatório feitos pelo Ministério público, constavam também folhas com o timbre do Ministério do Interior, questão que não foi respondida pelo Instrutor, e causou alguma indisposição na sessão, que poderia levar o advogado a ser colocado fora da sala, e dar lugar a um defensor oficioso.


A Irmã da falecida deputada do MPLA, e do oficial superior dos serviços de migração e estrangeiros, Cândida Sónia Neves Ferreira, começou o depoimento dizendo que tudo aconteceu defronte a sua porta no dia 29 de Julho 2009, por volta das 19 horas.


Disse que quem dirigia a viatura era a Weza Salucombo, filha da malograda que entrou na casa da declarante com o seu falecido tio António das Neves, deixando Beatriz Salucombo na Carrinha modelo L200, branca, e sete minutos depois, sensivelmente, ouviram tiros, correndo de imediato para rua, onde se depararam com quatro ou cinco indivíduos, fortemente armados, “com armas semelhantes ao que a polícia usa, e uma macarov”.

 

O falecido Tio, contou a declarante, chegou para junto da viatura e disse: O que é que se passa, vamos conversar, tenham calma. Mal acabou de falar foi atingido com um disparo no peito. Já a irmã conta que a seguir teve de puxar a sua filha e correr para dentro de casa, tendo-se seguido muitos disparos, contou a declarante.

 

Ao regressar para rua, após os disparos, encontraram a deputada de pé, e o seu irmão no chão de barriga para baixo. A seguir colocaram-no rapidamente no carro a fim de leva-lo ao hospital, sendo neste instante que a deputada apercebeu-se que também foi alvejada, e subir para o carro com a ajuda.

 

Ao chegar ao Hospital, já o oficial havia morrido, e a deputado saiu do carro com o seus próprios pés e se dirigiu aos médicos, no entanto por volta da 1 Hora da madrugada, a deputada perdeu a vida no bloco operatório, da clínica multiperfil, e de acordo com a sua irmã, os médicos alegaram que a bala era incendiária e essa teria sido a causa principal.

 

Por estar muito escuro, disse a declarante não conseguiu ver a fisionomia dos assaltantes, com agravante do abalo dos tiros. A mesma não confirmou se eram duas viaturas como rezam nos altos, mas sim uma de modelo Rav 4, que estava com as quatro portas abertas defronta a carrinha das vítimas.


Outrossim, a carrinha, não sofreu disparos, por isso a irmã não terá sido alvejada dentro do carro, por este facto, a mesma não acredita que móbil crime tenha sido o roubo de viatura já que naquela não tentaram mexer mesmo quando a Weza Salucombo, diante das armas ofereceu a chave, para se levar a carinha e os bandidos só receberam o telemóvel e não quiseram saber da chave do carro.


Do roubo, só consta a referir que os assaltantes levaram duas pastas de couro de cor preta e numa delas haviam documentos de trabalho.


A próxima sessão será realizada no dia 23 de Agosto, e se espera ouvir a filha da malograda deputada, assim como o instrutor processual da DPIC, César Nunes, e possivelmente o alegado polícia Mau – mau.