Lisboa -  A argumentação para explicar  as razões do porque  que os membros do regime nunca se rebelam quando são afastados em circunstancias pouco dignas, foi  justificada por um “insider” que adiantou ser por causa de haver suspeitas de que José Eduardo dos Santos dispõem  de registros  de casos  de desvios de fundos públicos  que estes fazem.

 

Fonte: Club-k.net

 Membros do regime estão presos  até ao pescoço

O  “insider”, entende que os membros do regime desterrados, remetem-se ao silencio por saberem que o “Chefe” tem matéria suficiente para os  levar a tribunal. Fernando Miala não é desconhecido desta “arma” do regime, razão pela qual quando esteve na cadeia de Viana  procurou nunca mostrar descontentamento ou fazer revelações que embaraçavam  José Eduardo dos Santos. Porém, circulava que o mesmo teria se protegido deixando um volume de documentos no exterior do país, com orientações aos seus homens de que deveriam torná-los públicos caso o regime o matasse.

 

Virgilio Fontes Pereira, actual líder da bancada parlamentar do MPLA, tentou sem sucesso  se rebelar  logo após ter sido demitido do cargo de Ministro da Administração Interna. Porém, chegou ao conhecimento do regime   informações a cerca de  uma  carga de  criticas que fez em fóruns  privados.  Cortou  relações de amizade que o ligavam a  Carlos Feijó, mas antes disso já  se dizia que iria “ser preso”. Chegou a desfalecer tendo sido socorrido na clinica Multiperfil. 

 

Outro que remeteu-se ao silencio é José Pedro de Morais Júnior , antigo Ministro das Finanças. Teria chegado ao conhecimento do PR, praticas indecorosas naquela instituição governamental envolvendo uma empresa conotada com a sua esposa, Emilia Morais. Numa reunião do Conselho de Ministro, em que ele já estava demitido, o Chefe de Estado atribuiu,  o estado das finanças ao mesmo. José Pedro de Morais reagiu  em carta  ao PR, com linguagem “bastante técnica e de difícil  percepção”.  A carta foi entendida como um desafios ao PR mas  logo  a  seguir surgiram  ao seu conhecimento de que o Chefe dava sinais de querer indiciá-lo judicialmente  tendo o mesmo contactado o general “Kopelipa”, para intermediar a seu favor. Desde então nunca mais se ouviu falar deste antigo Ministro.


A cerca de 10 anos atrás, um outro  influente membro do governo e do partido teria se incompatibilizado com José Eduardo dos Santos. Em simultâneo, o  regime notou no demitido  dirigente  um discurso entendido como criticas as  praticas indecorosas de alguns membros do governo.  Informações postas a circular naquela época, aludiam que o mesmo teria sido  convocado no gabinete presidencial, onde lhe foi apresentado um volume contendo supostas copias de facturas que o comprometiam. Foi lhe perguntado mais ou menos assim: “Que que moral o camarada  tem para fazer criticas ao governo, por acaso, o camarada  esta em condições  de devolver,  o que esta ai,  aos cofres do Estado”. Diz-se que  o governante  murchou e a audiência foi dada como esclarecida.

 

A personalidade do  regime apontada  como  tendo, agora,  competências para fazer levantamento dos rastreamentos de fundos  transferidos para  contas  bancarias no exterior do país,  é Sebastião Martins, ministro do interior e igualmente Chefe do SINSE.   A medida abrange igualmente, a membros da oposição. Em Setembro de 2010, o SINSE admitiu num relatório, em relação aos dirigentes da  UNITA  que “O dinheiro para as suas actividades esta a ser transportado do Exterior para o interior através das nossas fronteiras. Não esta a entrar para o país por via bancaria. Mandou-se fazer um rastreio bancário e não se apurou nada.”


Em círculos restritos do regime alegam que  é em função de missões  desta naturza  que  Sebastião Martins teria perdido a confiança de figuras que o ajudaram na projeção política, como   Fernando da Piedade dias dos Santos “Nandó”. Rumores nunca esclarecidos, em tais meios insinuavam que entregou a JES  dados de supostas  transações de “Nandó”, ao exterior do país.  Os rumores não especificam  se fez a pedido do Chefe ou se fez por iniciativa própria. Uma terceira versão aludia na possibilidade de ser uma falsa informação destinada a distanciá-lo de  “Nandó” passando a torna-se fiel ao  PR.

 

Outro líder  angolano que  também tinha a fama de ter os registros  das falcatruas dos seus colaboradores  é  Jonas Savimbi. Em finais da década de 80 chegou-lhe informações de que uma das  verbas dadas a UNITA por sectores Ingleses teriam sido gastas a titulo privado pelo seu então Secretario dos Negócios Estrangeiros, “Tony” da Costa Fernandes. Em reação, a supostos ajustes de contas,  visto que na UNITA era proibido  “apoderar-se do que era para a revolução”, este dirigente abandonou o partido, tão logo teve a primeira oportunidade. (Decisão reforçada  após vir a saber, em Luanda, que Tito Tchingunji teria sido morto na Jamba, enquanto lhe diziam que estava bem)

 

No reactar da guerra em Angola,  após o ano de 1992, Jonas Savimbi era também dado como tendo uma lista de generais do regime  que o ajudavam com combustível e logística, inclusive o nome de um conhecido militar  ligado ao circulo presidencial.  Na lista de Savimbi, também estava o nome de um conhecido traficante de armas Frances que chegou a intermediar a compra de armamento para a UNITA via Mobuto Sesse Seko, do Ex- Zaire. O conhecido traficante  passou depois a centrar-se no apoio exclusivo ao  governo de Angola, porém não há informação  exacta de que   “comeu dos dois lados”,  simultaneamente.