Luanda - Na última semana vários têm sido os pronunciamentos contra a pessoa do Dr. Isaías Samakuva, depois de o mesmo se declarar candidato à sua sucessão. Dos que estão fora da UNITA, este texto também serve para responder à acusação de que o Presidente da UNITA é igual ao Eng.º Eduardo dos Santos.


Fonte: Club-k.net

Unidade é o somatório dos passos de cada militante

SAMAKUVA é da UNITA, partido genuinamente democrático, aquele que em 1990-1991, que forçou uma frente unida ao MPLA. Forçou o MPLA a abandonar o comunismo, o monopartidarismo, a economia planificada e centralizada no Bicesse e abraçou o multipartidarismo e a economia de mercado.


Comparar o Samakuva com o Eduardo dos Santos é um desconhecimento do conhecimento, porque Eduardo dos Santos, apenas tem tido um concorrente, durante as eleições partidárias do MPLA, que é ele próprio. A sucessão de Eduardo dos Santos do MPLA nem sequer é discutido ou questionado nos Congressos do MPLA. E como não bastasse, governa durante 32 anos sem ser eleito.


Samakuva tem tido vários concorrentes livres de ocuparem a presidência da UNITA. No IX Congresso em 2003, concorreu com Dinho Chingunji e Lukamba Paulo Gato. No X Congresso em 2007, com o Abel Epalanga Chivukuvuku. Portanto, dirige a UNITA com legalidade e legitimidade. Qual é a culpa dele ser eleito? Os que se acham fortes como Abel Chivukuvuku, Gen. Lukamba Gato, Gen. Kandanda e Gen. Chiwale, devem trabalhar e ganhar o Samakuva no Congresso e não fazendo o jogo do adversário.


Na República só se pode ser presidente durante dois mandatos de cinco anos cada. Nos partidos se é candidato sempre que o militante queira. Até agora não vi no mundo um partido que limitou a candidatura do seu Presidente.


O que se passa aqui é distrair, é um combate estratégico à UNITA. Mas a UNITA veio de pires completamente quebradas, de curvas apertadas, conheceu horas difíceis, horas de amarguras de choros de lamentações e de dor. A UNITA criou uma coragem, opinião, um espaço político, humano e criou uma vontade de ficar na Angola activa. Ela não vai desaparecer com subornos, com subversão, nem será alguém dócil aos apetites do regime.


A força da UNITA não está nos Barões, nos Co-fundadores ou nas figuras bem posicionadas. A força da UNITA está na base, na justeza da sua causa e nas luzes da sua escola.


Alguém respeitado na praça política angolana dizia: “O apoio do povo não se improvisa! O apoio do povo cria-se através de uma comunicação perfeita entre a filosofia política e a vivência real das populações e através do sofrimento compartilhado entre os dirigentes e o seu próprio povo”.


Muitos dizem como por exemplo Gen. Kandanda: “numa sociedade democrática, o sufrágio universal constitui o único instrumento para avaliar a grandeza de um partido político. Noutras palavras, o tamanho da representatividade de cada um no Parlamento Nacional, que lhe confere a dignidade, a legitimidade política e o grau da aceitação na sociedade. Isso consagra igualmente o prestígio, a sua visão e a credibilidade de um Líder político”.


Mas o Kandanda, não diz como são organizados os processos eleitorais angolanos. Junta-se aqueles que forjam resultados para forçar o Presidente da UNITA a demitir-se e colocar alguém que fosse dócil ao MPLA sem conquistar o cargo co mérito junto dos militantes.


Kandanda, se tem a UNITA no coração durante 45 anos, porquê se isola? Porquê negou chefia a campanha eleitoral na sua província e passa a vida a contrariar o seu partido do coração, enviando cartas ali e acolá? Só quem sabe política como arte e não como ciência é que faz isso. A coragem de ontem ficou registado nas páginas brilhantes, mas a cobardia de hoje está na página negra.


A unidade é o somatório dos passos de cada militante no sentido mais certo e não com erros de princípios constantes.


No artigo do dia 10 de Agosto de 2011, Gen. Kandanda perguntou: “será este tipo da democracia, de meia-tigela, e do crescimento insustentável que a UNITA aspirava no IX Congresso, em 2003? … também pergunto: será que a democracia que se pretendia no IX Congresso, diz que quem perde deve se isolar e criar grupos contra quem é eleito?


Os Estatutos da UNITA Permitem que o Presidente Samakuva seja candidato novamente e por isso cabe aos militantes escolherem em Congresso, que será realizado este ano, os destinos do Partido, e não ao Gen. Kandanda, nem ao Grupo de Reflexão, nem ao regime, nem aos internautos, mas sim aos militantes da UNITA!


Não podemos comparar o comportamento de um Presidente da República, que deve cumprir o princípio republicano, com o comportamento de um Líder partidário que cumpre o princípio democrático.


Os direitos consagrados na Constituição da República de Angola, não só servem para se combater os Presidentes de partidos, mas também servem para criticar o Presidente da República que fez e faz golpes constitucionais e se mantém no poder há mais de 30 anos sem ser eleito dentro de um “estado de direito democrático”.