Lisboa - Oumar Tchibassa, filho do nacionalista cabinda Arthur Tchibassa, lamenta que Bento Bembe e Maurício Zulu não participem numa acção para a libertação do seu pai, e qualifica de «egocêntrica e egoísta» a atitude dos dois ex «companheiros de armas» de Arthur Tchibassa.

ImageOumar Tchibassa, 22 anos, estudante universitário em Dakar, Senegal, filho de Arthur Tchibassa a cumprir uma pena de mais de 24 anos numa prisão de alta segurança no Texas, Estados Unidos da América, por cumplicidade no rapto em 1990 do cidadão americano Brent Swan em Cabinda, um processo que envolve directamente Antonio Bento Bembe, Maurício Zulu e Tiburcio Luemba.

«O meu pai era uma pessoa incómoda, os Angolanos queriam ver-se livre dele porque não seria fácil a negociar com ele, é uma pessoa muito inteligente o que provocou também invejas em alguns cabindas», afirmou à PNN Oumar Tchibassa.

«Soubemos do desaparecimento do meu pai (Arthur Tchibassa) de repente, depois de dois meses sem notícias dele. Foi um jornalista em Brazzaville que informou a minha mãe. Apenas sabíamos que se tinha deslocado a Kinshasa para debater questões relativas a Cabinda» contou Oumar.

Com o desaparecimento do seu pai, Oumar decide deslocar-se a Kinshasa no intuito de compreender o que se estava a passar, mas «ninguém me deu respostas concretas», lamenta. «Em Kinshasa fui a casa do (Maurício) Zulu, e compreendi que ninguém me queria dizer onde o poderia encontrar, diziam-me que ele tinha ido para o Baixo Congo e a mulher disse-me que não tinha o número de telefone dele. Compreendi que me estavam a mentir», disse Oumar, «Bento Bembe era difícil o contactar, por estava frequentemente ausente no exterior ou no interior de Cabinda. Regressei ao Congo sem novidades.»

Oumar Tchibassa estranha o actual silêncio de Maurício Zulu. «O meu pai e o Zulu eram como irmão, apresentava sempre Zulu como seu irmão e eu chamava-lhe tio, durante anos pensei que Zulu era realmente meu tio e membro da minha família» lembra Oumar afirmando que hoje se sente «traído».

«Não compreendo como Bento Bembe e Zulu, com os novos postos que obtiveram em Angola, não fazem nada pelo meu pai. Bento e Zulu estão com uma atitude egocêntrica e egoísta», considerou.

Oumar Tchibassa afirma que se sente só no «combate» pela libertação de Arthur Tchibassa e acredita que apenas uma grande mediatização do «caso Tchibassa» poderá ajudar a abrir o processo e ser efectuada uma revisão do veredicto americano que compromete também Antonio Bento Bembe, Ministro sem Pasta do Governo angolano, Maurício Zulu, vice chefe de Estado Maior General da Forças Armadas de Angola (FAA) para a área social, e Tiburcio Luemba.

* Rui Neumann
Fonte: Ibinda.com