Malanje - A negligência foi o principal obstáculo para as parturientes que chegam a Maternidade Provincial de Malanje, com patologias diversas.


*Isaías Soares
Fonte: VOA



ImageO director-geral da unidade hospitalar, médico Elíseu Chimbangela precisou que nos primeiros sete meses deste ano 25 mulheres morreram na instituição, onde a malária e a hipertensão da parturiente em serviço de parto, constituíram a primeira e segunda causa de mortes materna.



Os acidentes de viação com as moto-táxis e violência doméstica concorreram para o aumento de mortes maternas, menos duas em relação ao igual período de 2010.



“Houve causas evitáveis e causas inevitáveis. É triste nós assistirmos à morte de uma mulher por causa evitável, por que se todas as causas evitáveis fossem evitadas, penso que teríamos um número muito reduzido de mortes. Uma mulher morrer, por exemplo, por paludismo. O paludismo numa mulher grávida é evitável e, porque, se essas mulheres fizerem as consultas pré-natais e cumprirem com o Tip (Tratamento Intermitente do Paludismo), acredito que não morreriam, por exemplo, por malária que é a causa principal da mortalidade materna”.



O conselho do médico é de que “vão as consultas pré-natais, se não forem tratadas antecipadamente poderá vir a provocar a morte da mulher, portanto, é uma morte de causa evitável”, concluiu.



Na Maternidade nasceram no período em análise 230 nados mortos, contra os 195 do ano passado, referiu o especialista que atribuiu responsabilidade à mãe, por não acompanhamento do movimento fetal no decurso da gravidez.



“Por que aquela mulher que vem à maternidade já com óbito fetal, nós não podemos registar esse nado-morto, aquele que trás o sofrimento fetal e que entra aqui na maternidade, nós temos que fazer todos os possíveis para que essa mulher nasça o seu bebé por qualquer via possível mais urgente para evitarmos a morte desse bebé.



Muitas não acompanham o movimento fetal dos seus bebés, é verdade que os nados-mortos neste ano 2011 aumentaram, outros porque tiveram acidentes de viação, com mota, outros porque esposo ou vizinho, ou quem é bateu”.



O atendimento dos pacientes naquela unidade hospital de Malanje convence algumas parturientes abordadas no local. Não há maus tratos, as enfermeiras são carinhosas, “encontrei boas parteiras e aconselho elas a irem à todas as consultas, que as mesmas ajudam a sua própria vida e a vida do seu bebé”, afirmou Cecília Mateus em entrevista à rádio pública.



O novo Hospital Materno-Infantil de Malanje entrará em funcionamento logo que termine o processo de instalação dos equipamentos nos diferentes compartimentos da maternidade e da pediatria, o que poderá satisfazer as necessidades prementes da região.



A escassez de especialistas no mercado local é o calcanhar de Aquiles, apesar da abertura de concursos públicos para o provimento de vagas.


E o governador Boaventura da Silva Cardoso procedeu recentemente à exoneração da então directora provincial de Saúde, Laurinda Vidal Quipungo, e, o seu lugar foi confiado a Lazina Cármem Mfuti, que trabalha desde a semana passada.


O reajustamento parcial do executivo provincial e das administrações comunais agilizou a nomeação e a posse do chefe de Repartição Municipal de Saúde de Malanje, Justino Gomes da Silva, que estava no cargo sem qualquer documento comprovativo.