Luanda - O Bloco Democrático constata, como a maioria dos cidadãos que o país não vai bem!.. Apesar do crescimento económico as oportunidades de emprego são escassas. A maioria da juventude não pode prosseguir os seus estudos por falta de recursos. É forçada a parar e a desenrascar a vida porque não há emprego.

 

Fonte: Bloco Democratico

B. D. apoia o direito dos jovens manifestarem as suas ideias

O acesso ao pouco emprego criado é, em regra, vedado a quem não tem filiação no partido da situação. E, quando como “cidadãos do chão”, percorrem as artérias da cidade, vendendo para prover o seu sustento e de suas famílias, são roubados e violentados pelas autoridades, mesmo quando as zungueiras levam filhos às costas.

 

A juventude, aparte um pequeno grupo de privilegiados, não beneficia da política económica, é vítima de injustiças repetidas e sente-se sufocada.   A Juventude precisa de respirar. Precisa de espaço de liberdade. O país continua a viver um grave défice de democracia. A “democracia” vigente à moda do partido da situação com ampla instrumentalização do poder e vasto culto da personalidade, sem direitos para a oposição, com recurso intensivo à fraude, sem capacidade de recurso judicial imparcial, com um Estado que “põe no bolso a sociedade” e uma sociedade sufocada pela partidarização da sua vida pelo partido no poder, enfim, um Estado que viola sistematicamente a Constituição, não permite um desenvolvimento integrado, não dá à juventude  segurança para o futuro, nem lhe permite uma vida normal agora.

 

Por isto, a Juventude tende a fazer exigências que revelam justamente a descrença num sistema formalmente democrático, mas deturpado na sua prática diária. E, a vida é feita de realismo. Para mudar este estado de coisas, um grupo de jovens  marcou  uma manifestação para o próximo dia 3 de Setembro. A manifestação é um direito que assiste a qualquer cidadão, tem cobertura constitucional, competindo aos órgãos do poder proteger os manifestantes de quaisquer forças contrárias que entendam que a manifestação não se deve realizar.
 
 
O Bloco Democrático, defensor acérrimo da mudança por via pacífica, entende que a MANIFESTAÇÃO é um recurso que deve exprimir-se em liberdade. Repudia assim os intentos da governação de Luanda em dissuadir os manifestantes, através de promessas materiais. Adverte o Executivo para não passar do aliciamento à acção agressiva, com prisões antecipadas de organizadores e com pressões sobre apoiantes e participantes da manifestação. Adverte ainda para não molestar os jovens ou adultos que desejarem manifestar-se no dia 3 de Setembro. Não compete a Polícia fazer política, nem reprimir quem está a concretizar a Constituição.


O Bloco Democrático apoia assim o direito dos jovens manifestarem as suas ideias e apela ao Executivo alto sentido patriótico e de diálogo para que o país não descarrile na instabilidade.
 

Luanda, 1 de Setembro de 2011