Luanda -  Os órgãos de comunicação social portugueses, salvo raras excepções, em vez de reflectirem a realidade portuguesa e europeia, andam entretidos a intrometer-se na política angolana.


Fonte: Jornal de Angola

JES derrubou o apartheid

Os mentores desses exercícios de colonialismo retardado têm a mesma origem de sempre mas deixam de fora o rabo de quem lhes paga os disparates sem sentido.

 

O jornal “Diário de Notícias”, que quando era feito por jornalistas chegou a tirar 120 mil exemplares e hoje é um boletim ao serviço de quem dá mais, diz que o presidente José Eduardo dos Santos está no poder há 32 anos, sendo altura de sair. Se um jornal angolano escrevesse um editorial a sugerir que o presidente Cavaco Silva não se candidatasse ao segundo mandato porque foi dez anos Primeiro-Ministro e fez mais cinco na Presidência, o alarido em Lisboa era tal que até a Ponte 25 de Abril vinha abaixo, como já caiu fragorosamente a revolução dos capitães.

 

Se em Angola algum órgão de informação ousasse escrever que Alberto João Jardim não deve concorrer a um novo mandato de presidente do Governo Regional da Madeira, o alarido em Lisboa era tal que o edifício da Caixa Geral de Depósitos ruía, como está em ruinas o sistema financeiro europeu e a Zona Euro ameaça derrocada.

 

O Presidente José Eduardo dos Santos não governa há 32 anos. Ele é o líder de um povo que teve de enfrentar de armas na mão a invasão de exércitos estrangeiros e os seus aliados internos.


José Eduardo dos Santos foi o líder militar que derrubou o regime de “apartheid”, o mesmo que tinha Nelson Mandela aprisionado. José Eduardo dos Santos só aceitou depor as armas quando a Namíbia e a África do Sul foram livres e os seus líderes puderam construir regimes livres e democráticos.


José Eduardo dos Santos não governou 32 anos. Entre as primeiras eleições livres, que ele e o seu partido, o MPLA, ganharam com maioria absoluta, e a assinatura da Paz de Luena vão muitos anos de guerra cruel. Nesse período, a Administração do Estado não estava nem num terço do território angolano.


José Eduardo dos Santos só governa de facto Angola desde as eleições de 2010, que ele e o MPLA ganharam com maioria absolutíssima. Os sucessos do seu governo estão à vista de todos e merecem elogios do FMI, da União Europeia, de políticos como Angela Merkel, Sarkozy ou Cavaco Silva.


Os Media portugueses pelo menos deviam reconhecer o que José Eduardo dos Samtos tem feito para que os portugueses não vão ao fundo com a crise. Eles mais do que ninguém deviam propor o seu nome para Prémio Nobel da Paz.