Luanda - Alguns anos atrás quando se previa a grande recepção económica, os economistas e analistas do governo, digo do governo pelas suas análises parciais com preensões de agradar o Executivo, mesmo sabendo que estavam a violar os princípios éticos e deontológico do ramo, proferiram informações, quer na rádio nacional, quer na televisão e mesmo na internet, em como nunca a mesma atingiria Angola.


Fonte: Club-k.net

Os factos são teimosos

Isso, para não proferir os seus nomes, não acrescer na vergonha pela qual já passaram. Acompanhamos as reacções de economistas independentes, diziam que, não correspondia a verdade. Assim, foram os pronunciamentos dos economistas, Heitor - ex-vice Ministro das Finanças bem como do Dr Justino Pinto de Andrade. O contrário só começou ser dito pelos governantes e seus economistas depois do Presidente da República vir a terreiro e tornar público a dura realidade.


Como seria possível, o que afecta as grandes potências, não afectar os países em via de desenvolvimento, para não falar subdesenvolvidos!


Pela ironia do destino, porque os factos são teimosos e repetem-se, agora estamos perante uma outra realidade que paira no continente. As convulsões…na sua maioria por via de manifestações pacíficas, exigindo igualdade de direitos, respeito pelos direitos humanos, contra a longevidade dos líderes africanos no poder, pela distribuição justas das riquezas nacionais, enfim, por um número interminável de problemas que afectam o continente. Tudo começou nos países árabes, onde a ideologia religiosa até porque impõe uma certa unidade, bastante diferente dos países a sul do sahara.


Novamente, lá estão os governantes de Angola, proclamarem aos quatro ventos que não afecta Angola. Mas, as manifestações em câmara lenta vão se sentindo pelas artérias das avenidas de algumas capitais provinciais. Começou por Benguela com a Omunga por ocasião das demolições. Agora em Luanda, Namibe e Bié. Mesmo assim, em Angola as manifestações não chegarão.


Num passado não muito longínquo, foi dito que: “ ao inimigo nem um palmo da nossa  terra” (isso uma clara alusão a UNITA). Para depois começarem a negociar em Bicesse terminando com o Memorando de Entendimento de Luena. Afinal, apesar de tudo, a dialéctica da vida estudada longamente por Engels e Carls Max, continua sendo filosofia bastante válida para todos os fenómenos.


É bastante constrangedor, quando vemos pessoas lúcidas, fazerem análises dos fenómenos, com base na salvaguarda da vida material. Intelectuais com os cérebros formatados. As operações que neles se realizam, são apenas pela manutenção do impossível.


Com ou sem repressão, as mutações sociais vão ter mesmo que acontecer em Angola, animadas ou não pelos Partidos da oposição, com particular realce pela UNITA, tal como o Executivo angolano tenciona fazer valer.


Eu e a maioria do povo soberano de Angola, e não sulanos, estamos ávidos de testemunhar esse dia tal como o povo da África do Sul testemunhou a morte do Apartheid, o povo líbio o fim de Kadafi, e outros povos viram as suas liberdades.


A propósito dos sulanos, convido todos os angolanos a decretar o fatídico dia 16 de Agosto na Assembleia Nacional, como dia Nacional da Exclusão Social, tal como a sexta-feira sangrenta, a triste memória da caça ao homem, tendo em conta que, sulanos, é muito mais que ser apenas do sul. Quem proferiu é do sul e contra alguém do norte. Os crimes perpetuam-se no tempo. Foi assim com Heishman servidor da I e II Guerra Mundial, quase 3º anos depois raptado na Argentina julgado e enforcado em Israel, com o Pinochet do Chile, etc.
 Até lá um abraço aos angolanos de convicções.