Lisboa – Carlos Maria Feijó, ministro de Estado e Chefe da Casa Civil, acaba de defender com distinção, esta sexta feira (16), a sua tese de doutoramento pela Universidade Nova de Lisboa. O tema foi “A coexistência normativa entre o Estado e as entidades tradicionais na ordem jurídica plural angolana” tendo sido avaliado por uma equipa de sete júris, do qual destacou-se o angolano Octavio Serra Van-Dúnem.
Fonte: Club-k.net
Formado, em direito pela Universidade Agostinho Neto, Carlos Feijó fez, em 2000, o mestrado em ciências jurídico-políticas pela Universidade Nova de Lisboa. Passou a dedicar-se a vida acadêmica como professor e emprestando-se a política.
No seu tempo de escola, Carlos Feijó era conhecido como um aluno dedicado e proveniente de uma família das ruas da “Cavop” no Cazenga. Perdeu o pai muito cedo e a mãe Maria das Dores (costureira de profissão) passou a exercer o duplo papel de mãe e pai. (Quando o filho Carlos começou a trabalhar ofereceu-lhe uma maquina de costura). Um dos suportes familiares que o mesmo teve enquanto estudante era de um primo-irmão, Heleno Silva Santana Feijó, que andou pela extinta DISA, mas que acabaria por ser assassinado no bairro popular. Naquela altura, a figura do seu circulo familiar que mais próxima estava ao “poder político” era uma prima Paula Feijó, casada com o então chefe de Estado Maior das FAPLA, general Alberto Correia Neto (Hoje Embaixador).
Em círculos internacionais (acadêmico e político) é hoje visto como uma das raras personalidades angolanas que estando dentro ou fora do poder, pode falar com autoridade a cerca da realidade do país. A oposição política em Angola reconhece-lhe pragmatismo/moderação, o que fez dele uma figura de consenso. Não tem apego ao poder.
Começou a privar com JES quando tinha 26 anos de idade. A sua entrada no regime, aconteceu depois dele e um outro membro do MPLA, André “Passy” terem terminado “muito” cedo as suas respectivas licenciaturas em 1987. Ambos foram inicialmente sondados para prestar apoio técnico a uma comissão constitucional da antiga Assembléia do Povo (AP), a época do partido único. (O Presidente da AP era Dino Matross). Há também a variante de que Carlos Feijó teria sido “descoberto” por um economista, Mário Barber, com ligações estreitas ao circulo do poder em Angola. Após a sua “descoberta” foi “puxado” para o futungo de belas e em Junho de 1990, o Presidente José Eduardo dos Santos acabaria por lhe nomear para o cargo de Vice-Ministro do Trabalho (Era o governante mais novo do governo).
A 29 de Janeiro de 2010, JES levou-lhe para participar numa reunião do Bureau Político do MPLA destinada a apresentar ao circulo do partido o esboço da estrutura do novo governo. Diante dos membros do BP, José Eduardo dos Santos se justificou dizendo que Carlos Feijó participaria naquela reunião restrita na qualidade de “convidado do presidente”. Teria sido um sinal inédito e claro da confiança do PR que acabaria meses depois de coptá-lo como membro do BP.
Com a aprovação da nova constituição e a reestruturação do governo o mesmo seria nomeado Chefe da Casa Civil e Ministro de Estado. Na seqüência da sua reentrada, o mesmo passou a ser visto como o “cabeça pensante” do executivo e com protagonismo equiparado a um “Primeiro Ministro”. Em meios, do poder político angolano passou a dizer-se que a personalidade que exerce de “facto” o papel de “segunda” figura do Estado angolano é Carlos Feijó e não outros da área social etc.