Luanda -  O presidente do Conselho de Administração das Edições Novembro e director do seu principal título, o Jornal de Angola, José Ribeiro, o «Alemão», como é tratado no diário, e o seu «pai», o português Artur Queirós, que é seu assessor especial, são acusados de mandar retirar o texto sobre o Prémio Maboque de Jornalismo, realizado na sexta-feirada semana passada, 09, por razões que têm a ver com o facto de o seu principal galardão ter sido atribuído a Luís Fernando, o director do semanário «O País».


*Pascoal Mukuna
Fonte: SA

Por alegado  ataque de ciúme

Eles terão mandado retirar a peça quando ela já se encontrava montada e tudo. A notícia sobre a gala só viria ser inserida na edição de terça-feira, 13, num cantinho do interior, sob pressão de «um chefe hierárquico de José Ribeiro», como disse uma nossa fonte, depois de o facto ter andado pelos mentideiros do sector, na sequência da surpresa que a omissão causara entre os jornalistas das diversas empresas de Comunicação Social.


Para a nossa fonte, um alegado ataque de ciúme, a que se junta o mau relacionamento entre Luís Fernando, por um lado, e José Ribeiro e Artur Queirós, doutro, terão estado na base de tal decisão inusitada.


A nossa fonte diz ainda que, na opinião de José Ribeiro, da qual não fez segredo, devia ser o Jornal de Angola a ganhar o Prémio Maboque, porque o diário angolano faz «as melhores entrevistas e reportagens do mundo».


«Julgo que a atitude do director decorre também de quezílias que teve com o seu antecessor, a quem ele faltou ao respeito», frisou o nosso interlocutor. 

Na passada, José Ribeiro foi ainda acusado de ter extinguido a rubrica «Dossier», que abordava com profundidade matérias diversificadas, o que já lhe valeu duas menções honrosas no maior prémio jornalístico do país.


Acrescentou que José Ribeiro só acabou com o «Dossier», que era «um ganhador de prémios», por «ciúme e má fé», já que havia sido criado na era de Luís Fernando, seu alegado «inimigo de estimação ». O único diário do país já ganhou o prémio maior em uma ocasião, através do jornalista  Caetano Júnior, hoje atirado ao ostracismo, ao que se diz, por ter sido muito próximo do antigo director-geral da empresa.


«Ele (José Ribeiro) é um arrogante e está constantemente a violar o próprio estatuto do jornal », corroborou outro jornalista da publicação, revelando que um membro do conselho de administração das Edições Novembro deverá abandonar o cargo devido aos «abusos» que Ribeiro e Queirós, uma «dupla infernal», protagonizam.


José Ribeiro substituiu Luís Fernando em 2007, depois de este ter estado à frente do matutino desde 1993.


O agora director do semanário  «O País» fora exonerado das Edições Novembro após se ter instalado um clima de descontentamento entre os seus trabalhadores, sobretudo da redacção do Jornal de Angola, por uma alegada «gestão danosa, delapidação de dinheiros e bens da empresa».


No entanto, os jornalistas queixam- se de que trabalhar «com Ribeiro e, principalmente, com Artur Queirós é complicado», como dizem.


Visando obter um esclarecimento junto do pca das Edições Novembro, o jornalista do SA ligou insistentemente para o seu terminal telefónico, sem qualquer sucesso, uma vez que ele não atendia às chamadas, quando não lhe desligava o «telefone na cara», como chegou a fazer.