Luanda - As Organizações Santos Bikuku (OSB) acaba¬ram por desistir de utilizar um avião car¬gueiro que estava projectado para efectuar a excursão turístico-des¬portiva à Guiné-Bissau, em apoio à selecção nacional de futebol, que naquele país africano disputará, neste sábado (08), a última parti-da do seu grupo de qualificação ao CAN de 2012.


Fonte: SA

A não utilização da referida ae¬ronave, um IL-60, de fabrico rus¬so, foi confirmada na quarta-feira, 05, ao Semanário Angolense, pelo «patrão» dessa organização em¬presarial, Santos Bikuku, que, entretanto, não avançou as razões que estiveram na base de tal desis¬tência.
Segundo o empresário, a sua organização recorreu para o efeito ao fretamento de uma aeronave do tipo Boeing 737, da companhia aé¬rea Sonair, que levará os excursio¬nistas à capital bissau-guineense.


Embora Santos Bikuku não te¬nha evocado as razões para o re¬cuo em relação à sua «cangalha», crê-se que tal facto ter-se-á ficado a dever a uma certa pressão exerci¬da por alguns órgãos de imprensa, entre eles o Semanário Angolen¬se, depois do referido cargueiro ter sido usado numa digressão ao Madagáscar, por ocasião do Cam¬peonato Africano de Basquetebol (em seniores masculinos), que de¬correu em Agosto naquele país do Índico.


Soube-se, entretanto, que o po¬lémico aparelho tem estado a ser usado no transporte de viaturas a partir da província do Cunene. A não utilização do aparelho em causa foi, aliás, em parte con¬firmada por um dos responsáveis do Instituto Nacional de Aviação Civil (INAVIC) que afirmou que a sua empresa não havia recebido até quarta-feira, 05, nenhum pedi¬do de vôo das OBS para a digres¬são a Bissau.


«O INAVIC não recepcionou ainda nenhum pedido de vôo a ser realizado pelo referido avião», revelou ao Semanário Angolense o director-geral adjunto desse ór¬gão de inspecção e fiscalização da aviação civil, Celso Rosas.
Em relação à viagem efectua¬da pela mesma aeronave a An¬tananarivo, em Agosto, desdramatizou o assunto, afirmando que o avião «reunia as condi¬ções de navegabilidade aceitá¬veis para efectuar o vôo em cau¬sa».


UTILIZAÇÃO INDEVIDA DE CABECEIRAS DA TAAG

O SA soube de uma fonte da TAAG que a compa¬nhia aérea de bandeira já apresentou um protes¬to junto ao INAVIC pelo facto das OSB terem feito uso do símbolo da Palanca Negra no voo que levou os excursionistas ao Madagáscar.

«Já apresentamos um protesto junto do INAVIC pelo uso indevido do símbolo da nossa companhia num dos aviões das OSB», deu a conhecer na quarta-feira, 05, o ad¬ministrador da TAAG para as Operações, Rui Carreira. «Esperamos que o mesmo cenário não se volte a repetir», recomendou.

Sobre o assunto, o empresário Santos Bikuku disse que já apresentou um pedido de desculpas à TAAG e que não voltará a fazer uso das referidas cabeceiras.
Questionado sobre o mesmo assunto, Celso Rosas con¬firmou ter recebido um pedido de desculpas de Santos Bi¬kuku e que, segundo ele, o caso «está ultrapassado».

Na semana passada, o «patrão» das OSB revelou que ti¬nha «herdado» as aludidas cabeceiras de um avião do tipo DC-9, que ele havia comprado, por empresa interposta, à Air Gemini. «Esse aparelho tinha sido antes alugado pela TAAG, que lá deixou os seus símbolos nos assentos», ex¬plicara então.

A polémica à volta do avião cargueiro, tido como um «caixão voador», não foi marcada apenas pela realização da excursão ao Madagáscar, mas também pela sua aqui¬sição, já que ele foi comprado ao Grupo Valentim Amões, num processo alegadamente ferido de legalidade.