Luanda -  Um filho busca sempre conhecer pormenorizadamente as origens dos seus pais.O papa é donde, nasceste quando e aonde; como se chamam o teu pai e a tua mãe? São perguntas deste género que as crianças fazem frequentemente aos seus pais.


Fonte: Angolense


A curiosidade das crianças vai em profundidade de conhecer as vezes os nomes e as origens dos ascendentes dos seus pais. E o pai e a mãe são obrigados de explicar aos filhos as suas origens verdadeiras, assim como as dos seus ascendentes. De igual modo, as populações procuram sempre saber em detalhe as origens do Presidente seu país. Buscam saber a etnia, a tribo, o clã e a linhagem do Presidente da República.

 

 No caso de Angola, os Angolanos desconhecem a naturalidade e a origem verdadeira do Presidente da Republica, José Eduardo dos Santos, assim como da maioria dos governantes.

 

Conhecia-se que o primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, nasceu na aldeia de Kaxikane, comuna de Catete, no município de Icolo e Bengo, na actual Província do Bengo. A sua esposa, Maria Eugenia Neto, eh de nacionalidade portuguesa. Não se escondia nada!

 

Quanto ao seu sucessor, José Eduardo dos Santos, nada se sabe sobre a sua origem nem mesmo dos seus ascendentes.


Qual é a origem etnolinguística do Presidente José Eduardo dos Santos, qual é o seu verdadeiro nome, qual é a sua aldeia, a sua cultura e a sua língua materna?

 

Esta é a pergunta que a maioria dos angolanos se coloca.

 

Pois uma pessoa deve possuir pelo menos um nome da terra, um nome bantu, e falar a língua da sua etnia ou do seu clã.

 

É tempo de revelar as origens e os verdadeiros nomes dos dirigentes políticos, militares e policiais, do topo à base.

 

Porque a manutenção do segredo sobre a sua identidade verdadeira ameaça a estabilidade política do País.

 

Em Angola, é comum ouvir pessoas questionarem a origem verdadeira do Presidente da República, José Eduardo dos Santos, e dos outros governantes ou melhor de pessoas que exercem cargos de soberania.

 

O MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) de que ele é o líder, assim como o seu governo, apresenta uma Biografia lacónica de José Eduardo dos Santos (JES) em que afirmam que este é natural do Município de Sambizanga, em Luanda.

 

O “Semanário Angolense” (SA) a publicou uma longa peça sobre a origem, a infância e a juventude de José Eduardo dos Santos, afirmando que o líder do MPLA nasceu em Zambizanga, nas imediações do Mercado de São Paulo de Luanda.

 

No entanto, muita gente duvida desta nascença de JES no Sambizanga, argumento que na época em que ele nasceu, Luanda terminava na montanha onde se encontra hoje o Hotel Trópico.

 

Diz-se mesmo que nos 40, os bairros de São Paulo, Sambizanga, Rangel e outros não existiam; Luanda terminava no Kinaxixi, onde havia algumas cubatas. Só por acidente que uma senhora pode dar luz numa mata ou numa lavra.


O bairro Sambizanga existe desde quando?


Um outro jornal “privado” publicou uma “Carta de Identidade” do Presidente Jose Eduardo dos Santos, na ocasião do seu 69º aniversário natalício, mas omitiu “propositadamente” o local de nascimento.

 

A especulação é alimentada pelo facto de a origem do Presidente da República constituir um Segredo de Estado.

 

Porque tanto segredo em volta da origem verdade do Presidente da Republica, que eh o pai de todos os Angolanos.

 

Os filhos devem saber detalhadamente as origens dos seus progenitores - pais, avós e bisavôs.

 

Pois, para identificar alguém, não basta dizer que ele nasceu no bairro tal. Sabe-se que as cidades e vilas são cosmopolitas e como tal elas são habitadas por pessoas oriundas de várias origens etnolinguísticas.


O Bairro Sambizanga é povoado de pessoas de origem Kikongo, Kimbundu, Umbundu, Ngangela, Tshokwe, Luvale, Mbundas, Kuanhama, Inhaneka Nkumbi, Mukuvale, Cabo-verdiana, Santomense, Moçambicana, Portuguesa e agora Chinesa.

 

O Presidente José Eduardo dos Santos pertence a que Etnia, Tribo, Clã e Linhagem? Ele é nkongo ou mukongo (singular de bakongo, pessoas de etnia Kikongo), Kimbundu ou Umbundu?

 

Os ascendentes de JES – pais, avôs, bisavôs – nasceram aonde e são de que origens?

 

O malogrado Presidente da UPA-FNLA, Holden Roberto, afirmava que José Eduardo dos Santos é originário da comuna de Kindezi (ex-Beça Monteiro), Município do Nzeto, Província do Zaire, mas não precisava o seu Kanda (clã ou família no contexto bantu) assim como as suas aldeias paterna e materna.

 

Os rumores sobre a origem de Mbamba – tribo que habita a comuna de Kindezi – de JES são insistentes. Infelizmente, são de imediato desmentidos pelos originários da referida região.

 

Em Africa e principalmente para o povo bantu, o local de nascimento pouco importa para a identidade de uma pessoa. O que importa é a sua origem, o seu sangue. Um filho sempre tem a origem dos seus progenitores, independemente do local onde nasceu.

 

Não é mal questionar a origem de um Presidente da República. Buscar saber donde é o chefe de Estado não se deve confundir a um insulto ou a uma humilhação ou falta de respeito. Pelo contrário!

 


Da mesma maneira que um filho deve saber detalhadamente a origem dos seus progenitores, pai e mãe, os cidadãos de um país devem conhecer a origem do seu Presidente da República assim como as de todos os outros dirigentes do país, do topo à base.

 

Mesmo as origens das autoridades tradicionais, Regedores, Sobas e Séculos, devem ser conhecidas.

 

Os antepassados paternos e maternos de José Eduardo dos Santos são de que País, Etnias, Tribos, Clãs e Linhagens? Antes da chegada do colonialismo (português) em Africa, os bisavôs de JES eram donde?

 

Quais são as aldeias paternas e maternas do Presidente José Eduardo dos Santos e qual é a sua língua de origem?

 

É aconselhável que o Governo ou o MPLA revelem as origens das pessoas que dirigem Angola.


Que o MPLA deixe de ser egoísta em relação a origem do seu líder, JES.

 

É tempo de revelar as origens, os verdadeiros nomes, as aldeias e as línguas maternas de todos os governantes (Ministros, Vice-Ministros, Secretários de Estado, Governadores de Província e de Bancos públicos, Directores Nacionais, PCA- Presidentes de Conselhos de Administração - de Empresas públicas, etc), das Forças Armadas Angolanas e Policia Nacional, Diplomacia, dos Deputados à Assembleia Nacional, dos Tribunais Supremo, Constitucional e de Contas, da Procuradoria-geral da República e da Procuradoria Militar.

 

Os Partidos políticos, incluindo os da Oposição, devem igualmente publicar as origens dos seus líderes e de outros dirigentes como membros do Comité Central.

 

O segredo a sete chaves em volta da origem do Chefe de Estado angolano alimentou outras especulações sobre o local onde foi enterrada a sua mãe.

Insinua-se que o corpo da mãe de José Eduardo dos Santos foi transladado secretamente do Cemitério do Alto das Cruzes, Miramar, em Luanda, para destino desconhecido.

Verdade ou mentira, este boato nunca foi desmentido.

Por outro lado, questiona-se o verdadeiro nome do Presidente José Eduardo dos Santos, alguns especulando que ele chama-se também Van Dunem.

Num texto sobre as origens dos nomes existentes em Angola, o “Semanário Angolense” revelou que Van Dunem, Van Basten, eram holandeses e Lopo, italiano.

De igual modo, especula-se sobre a origem da Primeira-dama da República, Ana Paula dos Santos.

Os mujimbeiros afirmam mesmo que o matrimónio de JES com Ana Paula foi arranjado pelas famílias do marido e da esposa.

Pelo orgulho e dignidade do Presidente da República e do povo angolano, aconselha-se que se tenha a coragem de se esclarecer definitivamente as origens do casal presidencial, para dissipar as dúvidas sobre a sua identidade.

O povo quer saber também a origem dos antepassados do vice-presidente da República, Fernando Dias dos Santos “Nandó”.

Laconicamente, Nandó é apresentado como sendo natural da Barra do Dande, Província do Bengo. Esta identidade não é clara para um Vice-Presidente da República, sobretudo quando se sabe que Barra do Dande era um porto marítimo onde desembarcavam pessoas de várias procedências, dos países da Africa do Oeste, antigos estivadores de navios.

Muitos destes oeste-africanos fixaram-se em Barra do Dande onde casaram e fizeram filhos.

A que Etnia, Tribo, Clã, Linhagem pertence Nandó e como se chama a aldeia da sua mãe e a do seu pai na Comuna da Barra do Dande e qual é a sua língua local?

Desde quando existe a Comuna ou a vila de Barra do Dande?

A propósito da identidade nacional, deve-se ter em conta a mistura de pessoas de várias origens que se regista nas cidades portuárias como Luanda, Benguela, Cabinda, Lobito, Namibe e Tombua, assim como nas Estações do Caminho-de-ferro de Benguela (CFB) habitadas por antigos trabalhadores katangueses e soldados do Exercito Vermelho de Moise Tshombé que fugiram a guerra de Secessão da Província de Katanga, República Democrática do Congo (RDC).

Por causa do Porto de Lobito e do CFB, existem muitos ovimbundu falsos, da mesma maneira que há muitos bakongo, kimbundu e tchokwe falsos devido às fazendas agrícolas do café, algodão e cana-de-açúcar, e de empresas de diamantes, nas suas Províncias.

De igual modo, os angolanos são sedentos de conhecer as origens do Comandante geral da Policia Nacional, Ambrósio de Lemos, como também do Ministro da Defesa, Candido Van-Dunem.

Outro questionamento refere-se às origens do actual Ministro dos Assuntos Parlamentares, Norberto dos Santos “Kwatakanawa” e do Primeiro Vice-Presidente da Assembleia Nacional, João Lourenço.

Os Presidentes nomeadamente do Tribunal Supremo, Tribunal Constitucional, Tribunal de Contas assim como os Presidentes dos Conselhos de Administração (PCA) do Banco Nacional de Angola, do Banco de Poupança e Credito e outros Bancos públicos e o Procurador-geral da República são oriundos donde?

O povo quer saber com clareza as origens de todas as pessoas que exercem os cargos de soberania nacional.

 

Pois, como diz uma sabedoria kikongo, “O ngumbe kete nkayi, enkula zamalu kalendi zo kaya ko” (Mesmo generosa, a perdiz não oferece a tinta das suas pernas).

 

Da maneira que não se deixa uma filha casar com um homem desconhecido, que os bakongo chamam por Mfumbiankenge (fantasma), não se entrega o poder de uma família (Kanda, clã), de uma comunidade e muito menos de um país à uma pessoa intrusa.

 

No Reino do Kongo, alguém queria candidatar-se a Ntotela (Autoridade máxima dos bakongo que outros chamam por Rei ou Imperador).

 

Os Mbanda-Banda (Conselheiros) de Ntotela pediram para que a candidatura seja acompanhada de uma informação detalhada sobre os makanda (singular Kanda, clã) paterno e materno do candidato.

 

Como o mesmo não pertencia a nenhum kanda kikongo, ele abandonou a iniciativa, calou-se e como vingança, organizou uma revolta armada contra o poder do Kongo, Wene wa Kongo (Reino ou Império do Kongo).


Para os bakongo, um Kanda – que pode ser definido também como sendo uma família no conceito bantu – deve ser chefiado por um membro genuíno eleito. É o Nkulubundu ou Nkazi (Chefe de Kanda). Um intruso ou escravo nunca pode dirigir um cla (Kanda).

 

Os bakongo identificam-se pelo luvila – nome de makanda -  e não pelos nomes.


Makuta Nkondo é quem e donde? Ele é Miala mia Nzinga (clã materno) e neto de Ntumb´a Mvemba. A sua aldeia materna é Yenga, Comuna de Kinsimba, a paterna Nsenge, ambas no Município do Tomboko, Província do Zaire. A sua língua é Kikongo. Na sua comunidade ele (Makuta Nkondo) é chamado por Mpetelo. Antes do colonialismo português, os antepassados de Makuta Nkondo eram originários do “Reino ou Império” do Kongo.

O tabu sobre as origens dos dirigentes e líderes políticos é perigoso para o País, comparável a um vulcão adormecido ou um furúnculo que acabará por rebentar.