Luanda - Nesta edição é destaque a notícia sobre o novo estilo de governação que a Presidente Dilma Rousself está a imprimir no Brasil, primando pela firmeza e coragem na eliminação das zonas cinzentas que há muito o mundo político calcinou naquele País. E como calcinou, outros males surgiram e se enraizaram de tal forma que, constituindo-se em autênticas máfias, assumem como pragas venenosas para uma boa governação.


Fonte: Revista Figuras e Negocios


A chaga maior de um desses males chama-se corrupção, o locupletamento de dinheiro público para enriquecimento fácil e que tem no seio da classe política brasileira os grandes mandriões. Dilma, que conhece muito bem os meandros dessa teia que  apadrinha a corrupção, prometeu desde o início do seu mandato presidencial, que não alinharia nesse campo, antes pelo contrário travaria um combate cerrado ao crime e à delapidação dos bens públicos, começando pela disciplinarização dos elementos do seu governo aos mais variados níveis.


Habituados a orientar a orquestra a seu bel-prazer, os mandriões da corrupção e gatunagem brasileira acreditaram que se estava diante de mais uma “conversa para boi dormir” e que facilmente Dilma Rousself se acomodaria no clima das intenções.


Pois bem, em pouco mais de oito meses de governação, a nova Presidente do Brasil agarrou o “boi pelos cornos” e foi à luta de forma decidida. Sete ministros já perderam o seu lugar no governo e outro pessoal intermédio está a contas com a justiça, tudo por causa de quererem utilizar o dinheiro público como se deles se tratasse. O caso, reafirmam os entendidos no dossier da Presidente, só agora começou e ainda vem dalí muita uva para ser recolhida.


Essa primeira demonstração de coragem de Dilma Rousself acarreta riscos perigosos numa sociedade viciada, é certo, mas faz dela enquanto servidora principal do erário público uma figura de respeito que ganha notoriedade dentro e fora do seu País. Dilma Rousself é hoje uma das mulheres mais poderosas do mundo, e este é um título que lhe assenta bem quando confrontado com o trabalho e coragem nesse ainda pouco tempo de governação.


A corrupção, o dinheiro sujo, a riqueza ilícita são no mundo os principais trunfos da má governação, causadores em pleno das desgraças mundiais e alimentam o fosso entre os poucos que têm muito e os muitos que não têm nada, o que origina, de forma geral, os conflitos que depois se estendem em confrontos violentos.


Vejamos o nosso caso, Angola.  Aquí, a corrupção foi considerada pelo Presidente da República como o segundo mal do País depois da guerra. Terminada a guerra, a corrupção ganhou identidade do primeiro grande mal a ser combatido.


Quando todos os esforços deveriam estar centrados na reconstrução do País, no acender da auto-estima entre os angolanos, com poder celestial a ser o primeiro a dar o exemplo, o que se constata? Fileiras de pessoas que se endinheiram à custa do dinheiro público sem que para isso sejam sujeitos à mão pesada da justiça. Em consequência, o fosso entre os que têm e os que não têm é cada vez mais evidente e o clima de descontentamento social está a olhos vistos.


No início da nova governação, logo após a aprovação da Constituição da República, o Presidente Eduardo dos Santos prometeu a Tolerância Zero contra os infractores,  naugurando-se uma governação mais patriótica. Se calhar, estará aí a grande diferença entre os brasileiros e os angolanos. É que Dilma Rousself promete agir a favor da lei e não fica no campo das intenções.Os angolanos desde há muito choram que a governação não está vertical mas não se consegue aplicar a peneira para se separar o trigo do joio. Fica-se eternamente no campo das intenções.