Não adianta aumentarem o dispositivo militar ou policial nas ruas. Os assaltos em Luanda ultrapassam as entidades policiais. É um assunto político-económico. Assim sendo, só teremos a nobreza de circular pela cidade sem medo, quando os patronos do MPLA reconhecerem que esta crise terá que ser colmatada inicialmente no parlamento.

JES como pai da nação tem a plena responsabilidade e deveres de proporcionar uma vida decente, humana e acima de tudo que justifique com os ganhos dos nossos recursos.

Não é aceitável ver crianças de cinco à dez anos a pulularem pela cidade sem uma definição de vida. Estes adolescentes, crescem sem rumo. Crescem sem uma definição concreta entre o mal e bem. Crescem sem amor. Crescem sem princípios básicos de convivência social.

Como meio de sobrevivência, estas crianças abandonadas pelo sistema político e enteados das economias do país transformam-se em criminosos não por vontade própria, mais sim pela falta de outros meios ensinados durante a eterna idade de sobrevivência.

Mata-los ou mantê-los em prisões por largos anos não é a solução mais risonha, lógica e acima de tudo científica. Estaríamos a causar voluntariamente outros problemas de grande impacto social.

Fazendo uso da força, o governo teria que disponibilizar milhões e milhões de dólares para tentar erradamente resolver a situação. Estes milhões gastos para a reestruturação, aumento dos salários da polícia, gastos burocráticos, construção de prisões, publicidade (…) deveriam ser usados de uma forma mais eficiente e credível.

Aplicação de programas de reintegração social destes jovens. Programas de educação como premissa primária e outras ferramentas associadas a políticas de integração social são as soluções deste mal luandense que todos os cientistas contemporâneos em políticas sócias defendem como a –única- via mais garantida.

O mais triste de tudo isso, é que os nossos políticos sabem exactamente do que eu falo. Infelizmente ninguém tem a “topetada” de executar e chamar atenção ao chefe de estado e perdem tempo em culpar os pais dos meninos de rua.

Como se diz: Pimenta no olho do outro é açúcar.

* PGarcia
Fonte: Club-k