Luanda  -  A TV Zimbo ou ZTV vai dar início a uma nova programação este sábado, dia 19. Já não é a primeira vez que esta estação de televisão, agora gerida por Brasileiros vai mudar a grelha de programação.

Fonte: Club-k.net

 Analise critica

Em Maio deste ano, ainda na era João Van-Dúnem como PCA, uma  mudança nos conteúdos foi acompanhada pela troca na designação, passando a chamar-se ZTV.  Este foi um dos principais motivos para saída em massa de muitos dos melhores quadros que a televisão possuía, porque a anterior gestão liderada por João Van-Dúnem, além de baixar os salários destes profissionais fez mudanças na altura consideradas cosméticas.


 Mudou a marca que tem sempre custos elevados, comprou conteúdos novos, adquiriram carros de quase 100 mil dólares para os directores, mas os equipamentos, os carros para reportagem e os estímulos para quem produzia nunca foram tidos em conta. 

Diz- se que o anterior gestor tomava as decisões isoladamente e que os directores que ele colocou, além de “paus mandados”, pouco ou nada percebiam de gestão de conteúdos e de seres humanos. Filipe Correia de Sá, Guilherme Galiano, Aires Walter e um tal de Duarte Mexia(Português) que geriam a televisão estavam mais preocupados com o tacho do que outra coisa.


Na redacção quem tirava sossego aos colegas eram essencialmente dois jornalistas que a todo custo queriam ser editores para posteriormente assumirem a direcção de informação, Niki Menezes e Herculano Coroado. Depois da saída numa só sentada de 13 jornalistas, Herculano e Niki assumiram as edições, mas de tão amigos que eram logo começaram a lutar. Degladiavam-se todos dias.


Herculano, diz-se, tinha uma relação de amizade com o PCA por isso fazia tudo e mais alguma coisa, desrespeitando mesmo os superiores hierárquicos. Alertado, João Van-Dúnem nada fez. Já com a nova direcção, o jornalista não seguiu as instruções da perspectiva que deveria dar ao espectáculo Angola-Brasil, passando por cima de regras básicas, foi despedido. Qualquer direcção séria já o teria posto na rua há mais tempo, dizem.


Agora com gestão Brasileira, os problemas são praticamente os mesmos. Sempre o disse que disse, dificuldades nos transportes, promessa de aumento salarial que nunca é cumprida e outros assuntos pendentes. Soma-se a isto, outro problema, a falta de qualidade dos jornalistas contratados recentemente, que como na imprensa angolana de uma forma geral, querem mais aparecer do que aprender bem as técnicas antes de irem para o ar. Neste particular, existe alguma saudade do tempo de Amílcar Xavier e Paulo Julião que mantinham algum rigor quanto aos apresentadores. Hoje, alguns mal fizeram reportagens e já dão a cara pela estação nos principais jornais, o que não é de todo aconselhável. Alguns ou algumas chegam à apresentação porque são primos ou amigos deste e daquele, não pela competência, o que cria mal-estar nos outros. Recentemente a vítima foi Rossana Miranda que foi relegada para segundo plano em detrimento de Djamília dos Santos, que se vê claramente não estar preparada nem ter feeling para jornais.


Os recursos humanos é outro sector da estação de Talatona que não oferece garantias. Entregue a Kénya Sandão, que já fazia parte da anterior direcção, é uma área bastante sensível que está com uma pessoa com pouca sensibilidade e que esconde as incapacidades com arrogância. Foi com o contributo da directora que muitos funcionários não renovaram o contrato no ano passado.


Tudo porque não conhece como funciona uma televisão, segundo fonte. Não foi renovado o contrato com vários câmaras, inclusive de estúdio e que agora estão a ser chamados. Sempre de acordo com a nossa fonte, as contratações deveriam incidir mais sobre pessoas versáteis capazes de fazer desde política, passando pela cultura até ao desporto. Mas os profissionais capazes disso já conhecem a realidade da casa e não querem entrar para um projecto que em três anos já mudou de nome três vezes. Entre os que já estiveram na estação, há pessoas com estas características mas recusam-se a voltar “enquanto continuar aquela confusão”. A televisão que sofreu um novo investimento de cerca de 50 milhões de dólares tem agora como principal accionista o general Dino.


* Duarte Neto