A vitória, seria uma conquista dos angolanos

O Presidente do MPLA e da República, ao contrário do estabelecido por lei, que deveria ser o equilíbrio e assegurar a transparência de todo o processo eleitoral, garantindo todo a sua isenção, faz o contrário, e está em jogo com número 10 do partido da situação.

Entretanto, Dos Santos tem a imagem desgastada, também o tinha em 1992. Será que a história repitir-se-á? Como em 1992, tudo vai depender da campanha que a UNITA idealizou.

A maioria dos angolanos querem a mudança. É um facto! Estão fartos de ver muda o disco e toca o mesmo. Como diz e bem o presidente Samakuva, os angolanos amadureceram e sabem que muitos partidos não passam de uns candongueiros políticos. Os pequenos partidos que ganharam certa notoriedade em 1992 estão hoje divididos por interesses pessoais. Com algumas excepções, claro.

Portanto, a UNITA está sozinha neste frente a frente com o MPLA - Dos Santos, apesar de algumas alianças. E para se afirmar como a alternativa viável à mudança em Angola, o Galo Negro, tem de ir ao âmago dos angolanos. Mas para tal, terá de envolver todos os angolanos sem excepções no designado movimento nacional para a mudança. Este projecto só ganhará corpo se a UNITA for capaz de envolver nela, todos os movimentos cívicos, filantrópicos, religiosos, académicos, sociais e estudantis que o regime marginaliza, minando por dentro e envolvendo os membros do MPLA - Movimento Popular. Aí sim estará em condições de derrubar o MPLA - Dos Santos.

O pior cego é aquele que não quer ver. A UNITA mesmo limitada financeiramente e submissa à vontade do MPLA que detém o poder absoluto do país, pode surpreender o regime. Mas tem de dar provas, sinais de patriotismo acrescido e garantias reais aos angolanos que ainda temem um eventual poder da UNITA. A UNITA é a força política que sempre lutou pela dignidade dos angolanos esfarrapados.

Os angolanos esperam ver uma UNITA a disputar com o MPLA - Dos Santos, palmo a palmo, terra a terra, porta a porta, quimbo a quimbo, cidade a cidade, auscultando a opinião de cada angolano em relação a sua intenção de voto e explicando pedagogicamente a razão pelo voto útil de MUDANÇA.

Nesta missão a UNITA deveria envolver todos os seus quadros internos e externos num amplo movimento de massas. E não pautar pela estratégia do servilismo. Angola tem de ver e sentir que a UNITA está a reunir para agir. Luanda tem de parar para receber mais de 500 angolanos oriundos das escolas do Tio Jonas.

A UNITA tem jovens, hoje adultos, formados em vários países e em diversas áreas que não precisam de fatos com corte Inglês, nem fillet minhon para avançarem. A formação de brigadas “face to face” com a inclusão dos milhares de jovens filiados ou não no partido, mas identificados com o projecto da União da Mudança iria facilitar a campanha da UNITA.

O tsunami não vai escolher nomes nem rostos, vai atingir a UNITA. Uma derrota da UNITA não pode significar uma derrota partidária mas sim uma derrota colectiva dos angolanos ante os algozes do poder.

A vitória, seria uma conquista dos angolanos. Essa vitoria vai ter um significado especial. Vai ser o despertar da Nação. A UNITA tem condições para vencer as eleições mas revela uma autêntica falta de visão e articulação entre os vários sectores que estruturam o Comamdo eleitoral e incapacidade de explorar as vantagens que possui.

Revela ainda, um grande défice de quadros dinámicos e criativos para suportarem e interpretarem a filosofia da campanha eleitoral, dependendo exclusivamente do esforço dos directores de campanha e seu presidente. Não conseguiu criar factos políticos relevantes susceptíveis de debate público. O momento é de acção e não de balelas. Todos sabemos que o MPLA não vai facilitar a vida da oposição, sobretudo da UNITA.

O MPLA quer e tudo vai fazer para conquistar uma maioria absoluta. Esmagar o Galo Negro é a sua prioridade. Num combate sem tréguas. E tecnicamente tem todas as condições para atingir este desiderato. Têm o controlo absoluto do país. E claro, no final até irá oferecer cargos governativos aos quadros da UNITA por eles seleccionados. Uma eventual vitória do MPLA - Dos Santos vai reforçar a ideia de que dos Santos é Angola e Angola o seu projecto de Nação.

Inverter esta vantagem só no quadro de um amplo movimento de massas. A UNITA pode e deve apostar nesta linha pragmática. A não simultaniedade das eleições legistativas com as presidenciais tem como objectivo único a manutenção do poder e o esmagamento de todos os adversários de Dos Santos.

Em caso de derrota por maioria, a UNITA vai às presidenciais sem crista e Samakuva ficará numa posíção fragilizada e perante um grande desafio: avançcar até o final de mandato ou convocar um Congresso Extraordinário que permitiria a reorganização da UNITA?

Com fraude ou sem ela, os angolanos uma vez mais participaram em todo processo eleitoral com elevado sentido patriótico e civismo. Resta aos políticos dignificarem o seu povo e provarem que são capazes de aceitarem a derrota ou vitória como parte da regra de jogo em democracia.

Uma coisa é certa, não se vai derrotar o Golias, liderando um partido com teias e expurgando os quadros sérios e frontais em detrimento dos complôs, divisões oportunisticas, maquiards, cilindrando os que trabalham e salvaguardando os bons prosadores e vendedores da banha da cobra.

Fonte: NL