Luanda - ESTIMADO(A)S, o que descrevo abaixo talvez venha a ser muito longo, mas é necessário. Por favor leiam com paciência.


Fonte: Facebook/Adão Ramos


Uff...enfim em casa, a recompor-me do que, de mais assutador e violento vi nos últimos 10/2 anos da minha vida! Eu estive no S.Paulo, em Luanda, junto ao mercado e do lado da paragem de autocarros, onde estava concentrado um grupo do movimento revolucionário que, convocou uma manifestação para hoje, 03.12.011.

 

O grupo práticamente já se tinha desmoblizado, depois da forte repressão de indivíduos afetos ao SINSE/SINFO e estes já terem se retirado da nossa visibilidade, ficando visíveis apenas elementos da polícia nacional; estando algo distantes dos elementos do grupo eu, o Américo Vaz e a jornalista Lacerda Van Dunen, em amena e divertida conversa com Coca-colas e sorrisos a mistura, quando fomos brutalmente surpreendidos pelos elementos repressores da concentração, acompanhados de mais de 20 homens latagões, ditos cahênches, altamente violentos e visivelmente drogados, com tudo de bandidos e animais ferozes, que, correram com toda a velocidade que podiam, atrás dos jovens que, conseguiram escapar à tempo, sendo apanhados 7, a jornalista Lacerda incluida. Eu e o Vaz não fugimos (nem tivemos tempo) e para mim que, ando numa cadeira de rodas era impossível. Todos fomos brutalmente espancados e atirados para o patrulheiro da polícia e as carrinhas brancas em que vieram os bófias e seus cabos de tortura, uns com direito a pisoteamento com brutas botas e água de jindungo nas vistas.

 

EU(com os meus cerca de 90 kg) fui retirado da cadeira de rodas por 2 cahênches e atirado para o carro patrulheiro da polícia com toda força possível e lançado água de jindungo que, não atingiu as vistas por te-las fechado antes, e seguui-se a cadeira de rodas para cima de mim mais as palavras discriminatórias que, a emoção e a dor no e deixam transcreve-las agora.


 A Lacerda Van Dunem, que foi batida onde a encontraram, foi depois solta e escapou-se, os 7 e o Vaz foram levados até ao Marco histórico 4 de Fevereiro ao Cazenga, onde foram soltos por ordens do Comandante da Polícia, apois breve interrogatório, e EU fui retirado do carro da polícia, 30 e poucos mnt depois, ainda no local da macabra acção, por 1 és colega de escola, que está hoje no SINSE, que tendo me reconhecido e eu ale, sem dar bandeira, usou o seguinte truque: "esse gajo é bandido e tem que ir no outro carro", assim tirou-me dali e acompanhou-me até 1 lugar seguro e dispediu-se de mim, com 1 "vai já, vc também só dá trabalho...cumprimenta o kota Justino yá? diz que curto do gajo". Daí, refujiei-me na IGREJA MUNDIAL DO PODER DE DEUS, onde fui recompor-me do susto e da emoção e posteriormente ligar para saber dos outros e consolarmo-nos.

 

Daí, com o Vaz, a Lacerda e o Isaías(mesmo com dores nos corpos) ainda fomos até ao largo 1º de Maio, onde fomos igualmente cercados e rápidamente dispersados e seguidos até à ex avenida Brasil. Importa referir que, as escaramuças ocorreram sob os olhares cerenos e de pena da nossa polícia, submetida aos bandidos. Senti que a nossa polícia está com uma cultura mais pró cidadania e amiga dos cidadãos. No carro onde estive tentavam consolar-me e diziam que, o que estava acontecer era desnecessário e o Vaz foi bem tratado pelo Sr. Comandante do Cazenga. Os meus louvores à corporação!