Huambo – O governador do Huambo, Fernando Faustino Muteka e o presidente da Assembleia Nacional, António Paulo Kassoma, estão a ser acusados pelos camponeses das zonas rurais de Etunda e Olossambo, localizadas nos arredores da capital daquela província, de usurparem de forma abusiva os seus terrenos.

 
Fonte: Club-k.net
 
Segundo os camponeses, o conflito de terras nos referidos locais já perdura há mais de três anos, ainda na era do então governador Paulo Kassoma, juntamente com os seus colaboradores directos nomeadamente: Armando Kapunda, então administrador municipal do Huambo, a arquitecta Ana Paula, actualmente directora provincial do Urbanismo e Construção, Francisco Neto, arquitecto municipal.


De acordo ainda com os nossos interlocutores, esse dilema provocou sérios desentendimentos entre populares e os supostos usurpadores das referidas terras, e acarretou prisões arbitrárias de sobas inocentes e membros da sociedade civil por terem reivindicados os terrenos a favor dos humildes camponeses.


O Club-k soube também que, na altura os mesmos (defensores) foram, seriamente, advertidos pelos agentes do comando provincial da polícia nacional a não voltarem reivindicar as terras a favor de camponeses, caso ao contrário voltariam a sofrerem consequências mais graves.
 

Ainda no ano transacto, as aldeias de Olossambo e Etunda ficaram há mais de 6 meses cercados e vigiadas pela arcada da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) por ter se rebelado contra a expropriação ilegal por parte do executivo local.


Para silenciar os camponeses naquelas localidades, a directora provincial do Urbanismo e Construção, Ana Paula, assim como os agentes da PIR, optaram em acções maléficas e intolerantes. Difamando assim a população das referidas aldeias de serem todos militantes da UNITA. Chegando mesmo, de acordo com a nossa fonte, ao ponto de os ameaçarem a dizimação total.


Por temer represálias, os camponeses submeteram-se ao silêncio do temor, deixando assim o barco atracar no porto dos poderosos do regime local que se investiram militarmente contra os indefesos, também, com ajuda directa do SINSE local.


O governador Faustino Muteka entra  no jogo numa altura em que os camponeses esperavam por sua intervenção. Muteka acaba por se juntar a um grupo de cinco empresários (dentre os quais: Paulo Kassoma, Mariano Paulo, António Mosquito, Paulo Kavinokeka e algumas altas patentes da polícia nacional e das FAA).


Vale aqui salientar que, a luta pela defesa dos terrenos naquelas zonas custou a vida de dois autóctones corajosos contra a expropriação dos terrenos, conhecidos apenas por Ngasso e Jamba Ulula, vítimas de envenenamento por prevaricadores do regime local. Ambos os herdeiros de uns terrenos do falecido soba Muetunda, em 1958.