Assim, ainda muito jovem, acompanhei e participei – o melhor que pude – no nascimento e constituição de Angola como República, sonhando um país onde a Paz, Liberdade, Pão, Justiça e Desenvolvimento fosse para todos os angolanos.
Hoje sabemos que os anseios da maior parte dos angolanos foram traídos, e para grande parte da população, começa já a ser evidente que uma das actuais características de Angola é o de parecer ser constituída por 2 grupos: 1- o grupo dos riquíssimos dirigentes do governo e do partido no poder, que inclui parentes e amigos mais próximos, governados pela “ideologia” e “practica” do eduardismo, que se fundamenta no trafico de influencias, nepotismo e corrupção; este grupo está associado á uma lobby de indivíduos e empresas estrangeiras, e todos eles têm agido como se Angola fosse propriedade deles; 2- grupo constituído pelo resto da população cuja maioria é obrigada a sobreviver abaixo do limiar da pobreza, e em condições tais que parecem serem estrangeiros na própria terra.
Nessas condições, o Pão, a Liberdade e a Justiça e o Desenvolvimento é só para os poucos do 1º grupo que pensam que Angola é deles, o resto da população que se lixe! E apesar da guerra ter acabado, não se pode dizer que existe Paz em Angola, já que não há paz Social, num país onde uns poucos comem, bebem e riem ás gargalhadas diante do espectáculo da maioria que morre lutando com unhas e dentes pelas migalhas que eles vão atirando.
Angolanos: apesar da falta de fé que alguns ainda exprimem, este quadro pode ser mudado através do voto, já que o VOTO é secreto.
Mas como votar da maneira melhor para Angola? Eu penso que isso é possível se pensarmos que Angola é de todos os angolanos. Assim, Angola só pode desenvolver-se em paz e harmonia se todos colaborarem como verdadeiros irmãos, cada um dando as suas ideias e o seu contributo para o bem do colectivo nacional. Isto significa que o voto da verdadeira mudança é o voto num partido que permite a discussão e a troca de ideias, isto é, num partido que defende e pratica a democracia. Dentre todos, o melhor parece-me ser a Frente para a Democracia (FpD), pela actividade, tenácia, coragem e coerência políticas que tem demonstrado em todos estes anos ao longo da sua jovem existência.
Seja como for, a minha maior ênfase é no sentido de apelar-vos para não votar de modo a criar maiorias absolutas: qualquer partido com maioria absoluta pensa que já não precisa de discutir com os outros e cai na tentação de impor a sua vontade. Por isso Não vote nos partidos grandes, mesmo que tenha de fazer um “pim-pam-pum, cada bola…” se tiver dúvidas sobre qual partido pequeno mas bom deve votar!
Eu insisto em recomendar o voto na Frente para a Democracia (FpD) porque a coragem e a determinação que têm demonstrado ao longo de todos estes anos em que mantiveram levantadas as bandeiras da Liberdade, Modernidade e Cidadania, assim como a coerência política demonstrada, são garantias mais que suficientes da seriedade dos seus intentos. Intentos esses que incluem devolver Angola aos angolanos para um desenvolvimento moderno, harmonioso e respeitador das liberdades individuais e colectivas.
Fonte: Club-k.net