A ausência de eleições por muito tempo levou à destruição e ao descalabro, à arrogância própria dos ditadores da ocasião. Muitos, inclusive, já chegaram a se acostumar a ser assaltados pelos políticos. Especialistas em promessas não cumpridas. A realidade é decepcionante e precisa ser mudada.

Hoje não irei me alongar, como de costume, porque tudo que tínhamos que falar já foi dito ao longo dos últimos anos. Não se estuda às vésperas das provas. Agora é o momento de apenas relembrarmos tudo aquilo que sabemos bem. Começaria por relembrar um comentário feito por Osvaldo S. Rodrigues, em Fevereiro deste ano, que vou adaptá-lo: acima de minhas convicções religiosas, políticas, meu grupo étnico, eu sou, em primeiro lugar, angolano. Os partidos desaparecem mas Angola não. Sermos angolanos nos faz mais coesos, fortes e invencíveis. Infelizmente, ainda não tivemos lideranças que trabalhassem esse quesito. As que temos mais fomentam intricas e desuniões. Mas isso tem dia marcado para terminar.

Voltando. Devemos sempre ter em mente que, em nome da democracia muito sangue foi vertido. Muitos filhos tiveram que abandonar o país que os viu nascer. O atraso nos abraçou. Hoje, Angola enfrenta um cenário de desigualdades injustas e exclusão sócio-econômica.

Um dos exemplos é quando vemos as elevadas taxas de analfabetismo; ainda hoje no país produtor de petróleo, mais da metade de população angolana ainda utiliza a lenha como principal fonte de energia. Enquanto, isso, alguns grupos, no entanto, se enriquecem cada vez mais e o povo caindo mais na mais profunda desgraça.

Estou certo de que os angolanos comparecerão aos locais de votação para exercerem a soberania. Não venderão suas consciências nem a trocarão por um prato de lentilha, bicicleta ou trinta moedinhas. Não. O povo já teve tempo suficiente para refletir muito. O leitor viu a diferença entre os candidatos, mesmo que a situação tenha fugido do debate. Isso é típico!.

O leitor mostrará amadurecimento ao eleger aqueles a quem irão transferir a responsabilidade de representá-lo na casa das leis, para promover o bem comum, embora, isso talvez não possa se realizar na sua plenitude.

Tudo porque Angola dotou a eleição de listas fechadas. Esse sistema funciona bem em democracias avançadas, onde não há barganha. Onde os candidatos são escolhidos por mérito, pelas suas qualidades. Em países como o nosso, isso dificulta a retirada da cena política do joio, que normalmente aparece nas primeiras posições dessas listas; aqueles que tanto nos matam de raiva. O voto no partido acaba beneficiando essas pesssoas. Dessa maneira, o sistema de lista blinda os corruptos.

Assim, resta ao leitor analisar a a vida pregressa de cada partido. O leitor é convidado a refletir sobre tudo o que os partidos pregavam, pregam hoje e aquilo que prometem. Por exemplo: a exploração do homem pelo homem acabou ou aumentou em Angola? O mais importante é resolver os problemas do povo ou do bolso e da família? Por que só políticos se enriquecem?

Desta vez, os angolanos terão à sua disposição 13 novas propostas de governo. O leitor abrirá mão do poder a um desses partidos. Votar na oposição é fazer a escolha certa e inteligente neste momento histórico do nosso país. Aliás, quero parabenizar a esses partidos e coligações por terem se apresentado à batalha: União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Frente para a Democracia (FpD), Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Partido de Renovação Social (PRS), Partido Renovador Democrático (PRD), Partido Liberal Democrático (PLD), Partido da Aliança Juventude, Operária e Camponesa de Angola (PAJOCA), Partido de Apoio Democrático e Progresso de Angola (PADEPA), Partido Democrático para o Progresso - Aliança Nacional de Angola (PDP-ANA), Aliança Democrática (AD) - Coligação, a Nova Democracia (ND), a Plataforma Política Eleitoral, Fórum Fraternal Angolano Coligação (FOFAC) e AD-Coligação.

Mais particularmente, quero parabenizar à União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) e a Frente para a Democracia (FpD) que foram alvo de espetaculares ataques da equipe dirigida por um jogador-capitão - árbitro e Diretor do Clube, que só assumiu aos 44 minutos do jogo e para dar pontapé de saída. Gostaria vê-lo bater um penalte (no Uige)! Jogador-Árbitro? O que se tem notícia até hoje, coincidentemente, aconteceu no Uige, quando Vicy, dos Construtores, ex-MCH do Uige, foi jogador, capitão e treinador (no início da década de 80). Agora jogador-capitão, árbitro e Diretor? Se isso for levado ao conhecimento da FIFA o MPLA pode desembolsar 43 milhões de dólares de multa. Muito provável recorressem ao empréstimo bancário. Hoje, o MPLA é partido grande, mas não é um grande partido.

De longe, reconhecemos as dificuldades que os partidos da oposição enfrentaram. Faltou dinheiro. Faltaram condições logísticas; a imprensa oficial jogou contra. Talvez isso explique o fato de apenas serem poucos os partidos que disponibilizaram seus programas na internet, como defendeu que ocorresse o nosso ilustre cientista político, o Dr. Eugénio Costa Almeida no seu blog Pululu (http://www.pululu.blogspot.com/). A internet disponibiliza os programas 24 horas e acessível a qualquer um, em qualquer lugar. Vale lembrar que todos angolanos, quer estejam em Angola ou não, são direta ou indiretamente leitores em potencial.

Apesar desses transtornos, acredito que os votos estarão bem distribuídos de tal forma que todas as correntes de opinião do país possam estar representadas no “Jango” nacional. A cena que deve marcar a próxima legislatura é ver lideres de partidos reunidos, em torno de uma mesa para um desjejum, com a finalidade de discutir matérias de interesse nacional.

Espero que os 13 partidos tenham bom desempenho nestas eleições. Se fosse possível votar em 13 partidos, votaria nesses 13, que representam mudança, o novo. No entanto, se tivesse que votar em 5 partidos, votar no PRS, PDP-ANA, FNLA, FpD e UNITA. Se tivesse que votar em 3 partidos, votaria na FNLA, FdP e UNITA. Se tivesse que votar em dois partidos, votaria na Fdp e UNITA. Mas como só se vota num partido, voto na mudança; voto na esperança de um país melhor. Eu poderia citar 11 motivos para tal.

O importante, neste momento, é que chegou o momento da mudança. O primeiro passo será dado nesta sexta-feira. Já passou a hora de tirarmos a venda dos olhos. Precisamos mudar aquilo que é velho que está entre nós. Mudar a forma de administrar, a forma de ver angolanos, a forma de respeitar o bem público e não perpetuar o mesmo grupo eternamente. Precisamos mudar tudo que está apodrecido, inclusive a Constituição que nos foi imposta, que está em desacordo com aquilo que a nova realidade exige. Juntos podemos. Não podemos mais seguir a técnica de aves que aprenderam e vêm construindo há 33 (11+11+11) séculos seus ninhos da mesma forma, como se isso representasse uma grande experiência.

O Akwá, Ndunguidi, Maluka, Bavi, Jesus, Vata, Chibi, Pelé e outros jogadores sabem muito bem que no futebol há mudanças. Isso é tão verdade que Pelé já deu lugar às novas gerações (Isso aí poucos sabem e nunca leram). Mudança é o caminho do progresso e da democracia. É renovação. É vida. O atual governo não possui projetos para o povo, mas para negócios particulares. A vitória do povo significa colocar a casca de banana na rampa do candidato dos banqueiros, da burguesia, das oligarquias nas eleições do próximo ou quem sabe quando o jogador-árbitro-capitão e Diretor decidir marcar as presidenciais (para marcar a data da eleição isso não é com a CNE).

A nossa geração só tem a democracia o único bem que pode deixar para as próximas gerações. Chegou a hora de "a esperança vencer o medo", como certa vez disse o Presidente Lula. O futuro da nossa nação está em nossas mãos. Que o resultado das urnas seja respeitada. Que Deus abençoe Angola. Juntos podemos mais. Vote certo, vote num dos partidos super-qualificados. Vote UNITA!

Fonte: http://cangue.blogspot.com/