Luanda – A pacificação da província de Cabinda é um dos objectivos para 2012, determinados pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, disse nesta segunda-feira, 26, o general Geraldo Sachipengo Nunda.


Fonte: Lusa

Geraldo Sachipengo Nunda, chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Angola, que falava na cerimónia de fim de ano, disse ainda que o país pretende melhorar as condições de vida e laborais dos militares, nos quartéis, nos hospitais, nos centros de instrução, nas escolas militares e nas unidades prisionais.


Entre os objectivos do próximo ano estão também a estabilidade total no país de modo a que as eleições ocorram em absoluta tranquilidade, bem como o cumprimento da missão de cooperação com a Guiné-Bissau e a implementação da directiva do Presidente angolano, acrescentou o responsável.


"Para ter o privilégio de comandar, o direito de ordenar, o orgulho de ser obedecido, de receber as deferências, as homenagens e as facilidades que rodeiam o poder de mando, o chefe tem de pagá-los com trabalho honesto e abnegado e com o risco que se corre da missão", afirmou Sachipengo Nunda.


A Frente de Libertação do Enclave de Cabinda - Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), luta pela independência de Cabinda, argumentando que o território é um protectorado português no âmbito do Tratado de Simulambuco, assinado em 1855.
A FLEC luta desde 1975 pela independência de Cabinda, responsável por cerca de 70 por cento da produção de petróleo do país, mas têm surgido várias facções do movimento, a maioria das quais manifestou disponibilidade para negociações com o Governo angolano.
 

A situação de Cabinda voltou ao plano de destaque quando a 08 de Janeiro de 2010, o autocarro que transportava no enclave a delegação do Togo para participar no CAN 2010, em Angola, foi metralhado por guerrilheiros afectos aos separatistas, matando duas pessoas do grupo. Desde então, tem havido relatos não confirmados de escaramuças no território.


No início de Março, o governo considerou que foram alcançados nos últimos anos "progressos evidentes" na estabilização, reconstrução e desenvolvimento da província, onde a FLEC permanece activa e reiterou a disponibilidade para continuar a negociar com aquele movimento independentista soluções para a paz e reconciliação no enclave de Cabinda.


Os independentistas cabindas saudaram a disponibilidade de Luanda para negociar um acordo de paz, e apresentaram, entre outras condições, a exigência da participação de observadores internacionais da União Europeia, União Africana e Estados Unidos.


No entanto, em Abril deste ano, a polícia angolana deteve pelo menos três pessoas em Cabinda quando tentavam manifestar-se por uma resolução pacífica para o conflito na região.
"Devia ter havido uma manifestação [na cidade de Cabinda], tal como estava previsto, mas os manifestantes foram dispersados pelos agentes da polícia. As pessoas foram impedidas de chegar ao local e entre os poucos que chegaram três foram detidos", disse José Marcos Mavungo, activista de direitos humanos no enclave.


Mais tarde, a 26 de Julho, nove jovens foram presos em Cabinda quando tentavam contactar uma missão da União Europeia e depois foram absolvidos do crime de incitação à desordem social de que eram acusados.