Brasil - Um  fantasma percorre a Europa, o fantasma  da crise!  Dizem que o catolicismo, o Cristianismo, teme mais o  Comunismo do que qualquer crise na fase da Terra. Ainda que esta se assemelhe, tanto, ao inferno. E o motivo é simples: a igreja suportaria qualquer coisa na fase da Terra, menos o seu desaparecimento. Na  verdade, suportaria até o desaparecimento da própria  humanidade. E é aqui a diferença fundamental  entre Comunistas  e Cristãos.


Fonte: www.blogdonelodecarvalho.blogspot.com

ImageAqueles preferem a vitória da nossa espécie sobre a Terra (sem nenhum tipo de negociação divina),  e de preferência com a derrubada de todas as estruturas sociais que geram crises. Estruturas  e superestruturas caducas  infligidas  a todos nós em nome da propriedade privada, do individualismo e  do egoísmo  que governam os mercados nas sociedades neoliberais. Aqueles rejeitam qualquer  pseudo  ideologia que atrapalhe  a verdadeira solução dos problemas da humanidade, e nisto está a própria religião atrapalhando, servindo de obstáculo a tudo a  que possa tornar mais feliz  a espécie humana  na Terra.


Estes,  os Cristãos, namoram todos  estes  vícios e manias   de forma covarde e traiçoeira. Existe um pacto entre a velha ordem capitalista e a igreja,  que sempre defendeu  de forma conservadora a  trilogia: tradição, família  e  propriedade. Um triângulo   usado para justificar  a barbárie,  qualquer instinto primitivo   e  animal que ajude a manter as coisas do jeito que elas estão, a exploração  do homem pelo homem, que para muitos deveria ser aceite  com resignação e conformismo  –já que também é obra ou castigo divino! Ou de quem, não sei quando, andou abusando dos privilégios no paraíso e foi expulso de lá porque não resistiu  às  tentações.


 Estar sempre no mesmo lugar (o  estancamento e a imobilidade) é coisa de quem  teme  o  seu  próprio desaparecimento. Esta resistência no Capitalismo é manifestada  com o uso de todas as forças possíveis, quando necessárias. Forças,  sim, quando a  existência daquela ordem é ameaçada. Mas nada impediria o silêncio vindo de túmulos e de catacumbas que sempre alardearam o fim da humanidade se o Comunismo virasse uma realidade para ela.


A Europa hoje afunda, sangra como uma besta selvagem  e definha diante da  “tradição”, da propriedade  e com certeza diante da família. Diante disso, onde está a voz da igreja que sempre esteve tão assustada  perante  tanto perigo?


No passado, tanto se gritou e se esperneou, até por muito menos. Houve épocas  que as greves dos operários mobilizados por sindicatos comunistas  tiravam o sono do Papa. Estes perderam as contas dos pactos mesquinhos que andaram fazendo com as forças reacionárias daquele continente, até com o fascismo hitleriano na perseguição dos comunistas e dos militantes de esquerdas.


Hoje por muito mais, diante da definhes e da escravidão de todo um continente ( a Europa), provocada pelas políticas neoliberais, o silêncio  Papal e da Igreja é tão cínico quanto aquele  roncar tardio que pede desculpas aos descendentes dos  escravos africanos,  só depois de quinhentos anos de escravidão.


Por muito menos, durante os anos pré e pós  da  caída dos regimes comunistas naquele  continente, não faltaram  excursões  Papais benzendo os “libertos” cidadãos daqueles regimes, “aprisionados”  atrás das cortinas de ferros  dos regimes comunistas. Por certo,  cidadãos bem alimentados,  educados e civilizados. Foi precisamente nestas condições de cidadãos que eles deram-se o luxo de protagonizarem as males intencionadas, e mal chamadas, ao meu entender, Revoluções de Veludos, de Laranjas, de Cor de Rosas, enfim. Tantos nomes súteis, sugerindo, ironicamente, que seus protagonistas, estavam longe de serem  gente torturadas e famélicas.  A intelectualidade dos nossos revolucionários anticomunistas suportados por corpos bem nutridos espelhou sempre a pobreza de suas ambições racionais. Os sintomas desta pobreza são os variados nomes,  esdrúxulos, ao que eles chamaram de revoluções.


Mas a história não tem fim e nunca teve. E isto os comunistas sabem muito bem. E sabemos também que  o Papa no seu refugio covarde e traiçoeiro  não voltará aos antigos comícios  que declararam o fim de uma ordem social, que em 80 anos deu dignidade, vida e honra   há mais de 200 milhões de habitantes na Europa. Ou será que o Papa agora estaria disposto a beijar os pés dos milhões de europeus famintos que aparecerão  nas ruas das Capitais Europeias? Nem Cristo teria tanta disposição.


Depois do Comunismo, falta agora saber quem acolhera os mendigos de toda a Europa.