Luanda - Entrevistada pela Rádio Ecclésia em Junho de 2009, a deputada, empresária e consultora Tchizé dos Santos gabou-se de ser a “mãe” da imprensa privada angolana.
Fonte: Makaangola.org
“O meu trabalho está à vista. Eu, em 2000, criei o primeiro órgão de comunicação social privado, no qual trabalhei, que foi a Revista Tropical”. Como era de esperar, a deslavada mentira não ficou sem resposta e a mais dura reprimenda à deputada foi feita pelo Semanário Angolense.
Num texto intitulado “As Façanhas de Tchizé”, o jornal dizia, nomeadamente, que “ou Tchizé dos Santos tem um conceito sui generis de órgão de comunicação privado, ou é vesga ou então é qualquer coisa de indecifrável na historiografia do jornalismo angolano do pós-independência. Mesmo descontando-se os seus verdes anos num ´metier` em que já anda muita gente calejada neste país, ela devia ter a obrigação de saber que, em 2000, jornais nascidos do empreendedorismo e da iniciativa privada como o f8, Agora, Angolense (precursor do Semanário Angolense) já tinham barba rija.(…) Muitas destas experiências perduram até hoje, ao passo que a revista Tropical, de que a Tchizé se ufana, teve uma existência efémera. Desapareceu como surgiu, sem ninguém ter dado por ela, salvo ser consabido que era uma publicação cor-de-rosa, vocacionada para exibir trivialidades e futilidades.”
Tchizé dos Santos também foi zurzida pelo docente universitário e jornalista Ismael Mateus pelo atrevimento subjacente à dúvida, tornada pública na mesma entrevista, de que alguém, em Angola, tivesse feito pela TPA mais do que ela. Do alto da sua reconhecida autoridade, Ismael recomendou à debutante e também confusa empresária um “pedido de desculpas por tão infelizes palavras”. Mesmo porque, como fundamentou, o Canal 2 e a TPA Internacional, ambos geridos pela jovem, não têm “brilho nem originalidade. Grande parte dos formatos são copiados da realidade portuguesa e sem que haja nada, absolutamente nada, de arrebatador.” Obviamente, Tchizé não pediu desculpas. Não tem escola para isso.
Depois dessas vigorosas reprimendas, pessoas sensatas ter-se-iam se remetido a prudente e aconselhador silêncio. Mas Tchizé é diferente. Não consegue controlar determinados instintos. Fechar o bico e só abri-lo quando é estritamente necessário é coisa que ela não consegue fazer. A senhora parece que vive permanentemente sobre um formigueiro de kissonde.
A incontinência da actual dona – ou alguém duvida? – da TPA 2 e TPA Internacional levou-a a, mais uma vez, a causar danos à sua própria imagem. A carta que uma suposta Luna Chiara publicou, na passada quarta-feira, no diário oficioso Jornal de Angola mostra que a pessoa que se esconde por detrás deste pseudónimo começa a revelar preocupantes sinais de compulsão para a mentira.
Na verdade, é mentira, mas mentira daquelas, que a digna Assembleia Nacional tenha, alguma vez, aprovado uma resolução atestando que a deputada Tchizé dos Santos podia, cumulativamente, ser membro da Comissão de Reestruturação da TPA e “presidente do Conselho de Administração” – na prática é o que ela é – do Canal 2. Os mais de dez deputados consultados pelo MakaAngola confirmaram, por unanimidade, que a deputada Tchizé mentiu com quantos dentes tem na boca. De resto, se a deputada tivesse o suporte de uma resolução desse género por que razão teria suspendido o seu mandato?
A deputada mente quando afirma ser a pioneira da imprensa privada em Angola. Agora, o seu clone, aumenta a dose afirmando que a Assembleia Nacional aprovou uma resolução segundo a qual Tchizé dos Santos podia, cumulativamente, exercer todas as funções que lhe dessem na real gana. Só há duas ilações a extrair. Primeiro, somos todos mentecaptos, na medida em que parecemos incapazes de compreender o que lemos, vemos e ouvimos. Segundo, a turbo-empresária Tchizé dos Santos está a precisar de algum aconselhamento multifacético.