Luanda - Ainda não se passaram muitos mais de 30 dias, talvez até tenham decorridos bem menos, desde que manifestamo-nos indignados face ao secretismo estranho sob o qual a situação e a oposição parlamentar(MPLA, FNLA, UNITA, PRS e ND), decidiram negocear o que reputàmos de inegociável, nomeadamente o cumprimento rigoroso ou não do artigo 107º da Constituição angolana, relactivo ao carácter independente da Comissão Nacional Eleitoral - CNE, pois havia um desnecessário braço de ferro.


Fonte: Club-k.net


A oposição, num "salto qualitativo", passou de 8 à 80 - do finca pé ao amolecimento - e ambarcou na "onda" do "M", sendo que, posteriormente, veio a aprovar-se na Assembleia Nacional a LEI ORGÂNICA SOBRE AS ELEÇÕES GERAIS, por unanimidade, pelos deputados dos cinco partidos que compõem aquela casa das leis. Após o que, os "negociadores-aprovadores", auto premiaram-se com o título "honroso" de "patriotas", segundo diziam, por terem conseguido chegar aos consensos agora plasmados na aprovada lei onde se lê no artigo 143º, da "COMPOSIÇÃO DA COMISSÃO NACIONAL ELEITORAL", no nº 1 o seguinte: "A Comissão Nacional Eleitoral é composta por dezassete membros, sendo:


a) um magistrado judicial, que a preside, oriundo de qualquer órgão, escolhido na base de concurso curricular e designado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial, o qual suspende as suas funções judiciais após a designação;


b) dezasseis cidadãos designados pela Assembleia Nacional, por maioria absoluta dos Deputados em efectividade de funções, sob proposta dos partidos políticos e coligações de partidos políticos com assento parlamentar, obedecendo aos princípios da maioria e dos respeito pelas minorias parlamentares". Tal e qual pretendiam os camaradas do "kremlin", aos quais bato palmas pela retumbante vitória, que aliás não tinham como não consegui-la, dado que, como vem sendo ventilado(a ser verdade), terão aberto os cordões à bolsa e deixado cair uns "tostões" nos cafocolos de seus circunstanciais oponentes, feito algumas promessas de ocupação de certos cargos em empresas(por alguns dos tais "patriotas" ou gente dos seus clubes) e de conceções diamantíferas. Se isso é ser patriota, porque bateram e batem no bom do Jorge Valentim, do Lucas Ngonda, do Tito Muachicungo e do Quintino Moreira?!


Importa referir que, quando os auto intitulados "patriotas parlamentares" remeteram-se às negociações secretas, certos sectores da sociedade descordaram e nós fizemos eco de tal descordância, e a história registou. Mas os representantes(que se mostraram opositores dos cidadãos), mostraram padecer dos mesmos problemas que o do partido no poder em Angola: o autismo, a arrogância e o convencimento de que, não têm nada por ouvir de gente ligada a outros clubes, afinal têm longos anos de experiência e toda lucidez política. Então deposiram total crédito ao "partido irmão compatriota", como um atêntico manancial de virtudes e o próprio exemplo de seriedade e honestidade. Resultado?


Mal foi anunciada a indigitação pelo Conselho Superior de Magistratura - CMS da advogada e professora universitária Suzana Inglês para o cargo de Presidente do CNE, os também "patriotas-negociadores parlamentares" - FNLA, UNITA e PRS - desataram em desesperada choradeira, condenando o acto, por a também dirigente da organização feminina da mulher do MPLA, OMA, não prencher os requisitos do artigo e da lei citados acima.


Pergunto-me: as lágrimas são de fingimento, arrependimento, vergonha ou de sentimento de traidos? E mais: o que esperavam as lúcidas direcções desses partidos? Se a primeira hipótese for falsa, permito-me fazer um recurso zito à minha história de vida. Quando eramos kandengues, se alguém reputado de "não ouve deixa" se desse mal, o agraciávamos com um retumbante "bem feito!". Assim, aos "não ouve deixa" de hoje, BEM FEITO! E não têm o meu apoio.

 

trairam-nos a todos. E foram traidos? Caso para se dizer, é dando que se recebe. Particularmente acredito que, ainda que o CSM recue na sua decisão, a próxima não será muito diferente. Sempre será indigitado alguém com pelo menos dívida moral ao "partido do coração", logo nunca estará garantida a indepedência da CNE. Sempre defendemos que a independência deste órgão fosse em relação aos partidos políticos e que a forma de indigitação do(a) se(u)a presidente fosse diferente, que desse mais garantias de isenção. E agora?


Não adianta perdermos tempo com a choradeira dos invergonhados traidos(ou fingidos?), pois quem chora cala-se depois. Devemos ater-nos aos palnos B, C e D, agora e já! É claro que não falarei deles neste texto. Mas garanto que o MPLA vai pagar uma factura muitíssimo cara, caso leve avante os seu planos de fraude, disso não haja dúvidas. E os primeiros sinais claros não tardarão. E digo mais: com fraude, aqueles senhores não governarão Angola!


Aos ilustres chorões, vai o meu lencinho para enchugarem as lágrimas e lembro-lhes que, "patriota parlamentar-negociador é um título honroso".