Lisboa -  O  MPLA chamou, recentemente,  a sua militante   Suzana Inglês para reiterar  o seu apoio e   dizer-lhe  que   não deve renunciar  ao  cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE),  em função da pressão que  enfrenta por parte da sociedade angolana.  A iniciativa   do partido do poder surgiu após terem notado que a crescente onde de contestação estaria a colocar a jurista numa situação inconfortável. 


*Fotomontagem projecto Kissonde
Fonte: Club-k.net

Familiares  preferem-na  fora da CNE

Entretanto, posição diferente ao partido no poder, surge  de círculos familiares de  Suzana Inglês  que a  descrevem    como uma    personalidade  que “não gosta de problemas” aludindo que   “se fosse por ela já teria abdicado do cargo”.

 

Os familiares (que condicionam o anonimato)   pedem  que a  mesma seja respeitada   e recordam que Suzana Inglês  esta numa fase sensível por ainda  observar luto do malogrado esposo, Mateus Inglês  “que ainda nem fez um ano  desde que se foi”. 

 

A situação desconfortável em que a mesma se encontra, é extensiva aos  seus filhos. Dois dos quais (Wakujica e Henda Esandju Inglês)  remeteram-se no silencio optando por não responder chamadas telefônicas para  não serem importunados.  Wakujica  Inglês  retirou-se, inclusivo  do país partindo para Cidade  do Cabo, na África do Sul.

 

De recordar que Suzana Inglês  goza da simpatia de JES não obstante ter sido professora da primeira dama, Ana Paula dos Santos, na cadeira de  Direito das Sucessões  pela  Universidade Agostinho Neto. O regime vê nela atributos que a tornariam vergável na condução da CNE, comparando ao seu antecessor Caetano de Sousa que a dada altura exigia cumprimento da lei.

 

No ver do MPLA, Suzana Inglês deve manter-se  mas por sua vez será monitorada por uma “presidência  sombra” encabeçada por Raúl Araujo e Júlia Ferreira, a porta-voz da CNE descrita como  a figura que faz a ligação com  o gabinete do secretario do Bureau Político para os  assuntos políticos do MPLA,  João Martins.

 

De acordo com analises internas, o partido no poder, interpreta que a “confusão” da oposição política em torno da nomeação de Suzana Inglês serve de pretexto para criar ambiente pro eleitoral   tensão. Argumentam  igualmente que foi a mesma oposição que votou, a dois anos atrás pela  eleição da senhora ao cargo de presidente da CNE.

 

Suzana Inglês é contestada por não reunir requisitos exigidos por lei, dentre os quais ser originaria de um órgão da  magistratura. Na década de 80, ela foi juíza tendo  sido exonerada a seu pedido pelo então ministro da justiça, Paulo Tchipilica que tinha competência para tal.