Brasil - Eu acredito na decência e na honradezdo Camarada KundyPahaima. A propósito,ser empresário  e membro do governo ou ainda dirigente partidário, além de não ser proibido, não constitui crime nenhum, desde que  haja separação nítida entre o público e o privado. Desde que as tarefas e as responsabilidades incumbidas não se confundem, ao menos, no tempo.


Fonte: Club-k.net

 

A coragem do Kundy Paihama deveria ser a coragem do Presidente da República

Kundy Paihama, talvez, é a manifestação direta daquilo que um empresário, político e democrata  se sente na  obrigação  de fazer, diante da desconfiança pública e da sociedade civil  num estado democrático de direito, o de declarar os  seus bens, para que estes não se confundam com a coisa pública: a coisa de todos!


Este é um gesto que já deveria ser um costumeentre os militantes  e empresários do MPLA, que há mais de vinte anos optaram em enquadrar a economia nacional numa economia de mercado. Estaeconomia de mercado vale para todos ou não?


Já diziam os chineses, “ser rico é glorioso”, desde que neste esquema, de criação de riqueza,todos estejam enquadrados socialmente, sem o privilégio excessivos para uns, onde o tráfico de influência é na verdade  a verdadeira riqueza de certos empresários nacionais. Uns pela sua posição no podere a relação que têm com estes. Outros, por sua condição de afilhados e herdeiros, tornando estesaçambarcadores da riqueza nacional. Nem vamos aqui mencionar nomes diretos, todo mundo sabe quem são eles. Eles não têm como se esconder,nem dentro de um Castelo fabricado para vampiros.  Em pretexto da criação de uma suposta burguesia nacional, transformaram-se em verdadeiros chupa-sangues da nação angolana ou, ainda, de milhões de angolanos. Aquela classe, a burguesia, hojeé  o grupo mais reacionário dentro da sociedade Angolana. Eles atrapalham o processo democrático – em nome de umaguerra que andaram travando ( e que já não existe), e que eles também têm parte da culpa-, transformaram o país  numa instituição sui generis. Em nome de um perigoem que eles sempre estiveram muito distante ( é só ver os filhos, os ditos herdeiros, sempre estiveram longe dos sacrifícios que o povo angolano enfrentou, pode se dizer mesmo que muitos deles surgiram do nada; sua aparição como nobres é uma humilhação para milhões de angolanos que precisamente se livraram da escravidão da dita nobreza), intimidam toda uma nação a lutar pelos seus direitos de cidadania.


A coragem do Kundy Paihama deveria ser a coragem do Presidente da República e muitos outros por aí, que têm seus negócios ocultos atrás de todos os tipos de parentescos ( ou seja, dos parentes). Apresentando a estes, diante da sociedade angolana e do cidadão, como pessoas competentes e capazes quese deram bem na vida, como se só eles tivessem   cérebro e a genialidade para tal.Sabemos que não é verdade e nunca foi verdade isso; sabemos que muitos dos herdeiros ricos, que estão à frente dos negócios dos progenitores ( entre elas grandes   empresas nacionais)  não têm nenhum  talento para tal, nunca tiveram  e jamais terão .  E só conseguem fechar grandes contratos milionários porque têm diante de si, abertas, as portas do tráfico de influência. São portas que na maioria dos casos nem são aberta pelos supostos empreendedores, donos dos negócios, príncipes ou princesas. São portas abertas por toda uma obra social ou circunstâncias socioeconômicas e até política, em que quem se apresenta, como privilegiado,é sempre um herdeiro   ou alguém que possa facilitar os mesmos contratos.


Vou dar um exemplo simples, mas tão trivial e obvio para todos nós. Um empresário português ou europeu que viessede lá de suas terras para  fazer um investimento em Angola, num país de gente pobre, em que existe pouca cultura empresarial. Mas que não faltasse, nesse mesmo país, Angola, odesejo aos nativos para empreendedorismo, ou seja,  montar seus negócios;  quando aquele empresário estiver atrás de um sócio nativo, todos economicamente no mesmo potencial, a quem este empresário daria preferência para parceiro econômico? A resposta para esta pergunta nem precisa ser dada aqui. Só precisamos dizer que o corrupto europeu transvestido de empreendedor, milionário ou bilionário, sabe a quem corromper. Caberia ao poder nativoe local impor os critérios da transparência. A independência de Angola e o poder que aí existe foi conquistada e instalado, respectivamente,acreditando neste sonho: o sonho da transparência.


Observação, existe aqui uma variável que podemos chamar, “ todos economicamente no mesmo potencial”. Já que atétrinta e cinco   anos ou mesmo vinte anos atrás todos tínhamos a mesma origem sociais e econômicas:  Éramos vassalos, servos, descendentes de escravos, filhos de  camponeses  e  operários;  enfim, uma sociedade de gente humilde que recebeu as maiores promessas  sociais  jamais feita por ordem política e sistema político algum. E o pior esta promessa vinham do que se pode dizer dos seus próprios filhos.


Assim, só uma revolução burguesa, de gatunos, de bandidos, de corruptos e de gente mentirosatrai os seus próprios filhos, irmãos e companheiros,  e, finalmente, compatriotas.


Eu acredito no camarada e comandante KundyPaihama, mas não acredito na totalidade dos ricos angolanos, principalmente, se estiveremenvolvidos   com os interesses do Estado. O Kuanhamaé a luz no fundo de um túnel  do  sonho que reclama a obrigação do gestor público declarar seus bens  e patrimônio antes, durante  e depois de sua gestão.


Cadê a declaração do resto do pessoal que está aí no poder?